Volta ao mercado de trabalho… E agora?

01.05.2012 – Hoje é dia do trabalho e nós, mães, sabemos bem o quanto é difícil decidir voltar ao trabalho depois de passar por meses com os nossos pequenos no colo. Os dias começam a se aproximar, o coração a apertar e a angústia da separação não sai da nossa mente “Será que eles vão conseguir ficar longe de nós que sabemos o jeitinho certo de acalma-los em determinadas situações, as horas das refeições, as horas em que o soninho começa a surgir…?”…Bate uma insegurança! “Ele é tão pequeno, tão frágil, precisa de mim neste momento como MÃE”. E é neste momento que algumas mães optam por permanecer nesse universo e curtir todos os prazeres que ele oferece.

“Eu programei tudo antes de engravidar. Meu marido me apoiou. Decidi acompanhar cada momento da Renata. Tem um lado cansativo, ter que dedicar, entreter… mas eu presenciei o primeiro sorriso dela, a primeira careta quando ela experimentou a papinha salgada, a primeira palavra (que foi “papaâ€)… Para mim, estar presente o tempo todo e a cada segundo do desenvolvimento dela foi muito importante. Ainda terei mais um filho e, possivelmente, só voltarei a trabalhar daqui a dois ou três anos. Talvez não estarei no mesmo cargo e com o mesmo salário, mas, para mim, valeu muito a pena!â€Â Â Roberta Barbi – mãe da Renata, 1 ano  – trabalhava como coordenadora de Marketing. Alguns dias ela entrava às 7h e saía às 21h.

Volta ao mercado de trabalho
Roberta Barbi e Renatinha

“Tomar a decisão de parar de trabalhar foi muito difícil. Eu tinha uma carreira consolidada na empresa e sempre gostei de trabalhar. Sinto falta, sim. Não apenas financeiramente, mas do ponto de vista de realização profissional. Mas encaro o meu momento como uma faseâ€. – Ariana Okabatake, mãe do Diego – trabalhava em São Paulo e viajava todos os dias.

Volta ao mercado de trabalho
Ariana Okabatake e Diego

Outras mães, depois de mergulharem a alma por quatro meses (outras por seis meses) em fraldas, cólicas noturnas, amamentação e canções de ninar, precisaram voltar ao trabalho… e isso, cá entre nós, é praticamente igual á ser abduzida por um disco voador para te levar para um planeta que estava muito, muito e muito distante. 

“Eu estou com o coração na mão! Saber que ele vai ficar com a minha mãe me tranquiliza. Não estou vontando ao trabalho apenas pelo salário. Amo ficar com o meu filho, mas é bom ter um tempinho para mim. A vida continua!â€Â â€“ Luciana Kohara, mãe do José Eduardo, de 4 meses. É advogada, autônoma e volta a trabalhar no dia 9 de Maio.

Luciana Koara e José Eduardo

“Após 5 meses de licença, confesso que voltar ao trabalho não foi nada fácil… achava que ninguém cuidaria tão bem do meu filho, que ninguém saberia entendê-lo como eu… mas fui me preparando e, hoje que o tempo passou, estou super tranquila com o tratamento e o carinho que ele recebe todos os dias na escolinha enquanto eu tenho que estar no trabalho! E este, por sinal, foi duro! Eram muitas novidades… voltar a me situar com tudo o que estava acontecendo na empresa, me acostumar a ficar longe do meu filho, voltar a acordar às 5h30, chegar em casa às 18h, preparar o jantar, arrumar a mala da escola, brincar com meu filho, arrumar a casa e ainda ter tempo para cuidar de mim e do maridão… Mas confesso que, após uma semana, tudo estava mais no ritmo do que sempre e eu adorei voltar ao trabalho e ter de volta minha vida profissional que me deixa mais conectada com o mundo lá fora e me permite crescer como pessoa e trazer mais e mais conhecimento para dentro da minha casa”. – Vanessa Magalhães, mãe do Matheus, de 8 meses.

Vanessa Magalhães e Matheus

 

Para a Mãe Amiga Mariana Melchior, mãe do Arthur, de 7 meses, a volta ao trabalho foi tranquila. No último dia de licença-maternidade, ela publicou no grupo Mães Amigas no Facebook:

“Meninas, hoje é meu último dia de licença… já se foram 06 meses…. como passa rápido… estou super ansiosa para voltar a trabalhar, mas por outro lado, com o coração apertado por deixar o Arthur na escolinha. Essa semana ele começou a adaptação, chorou nos primeiros dias, mas sempre chora na hora de dormir, pois acostumei ele a dormir mamando, agora esse final de semana vamos entrar no ritmo da escolinha, peito somente bem de manhã e à noite, dessa forma ele sofre menos. Semana que vem, contatos apenas de noite…. vou sentir falta!!! rs…â€Â 

Hoje, Mariana relata:

“O que fiz foi procurar uma boa escolinha para ficar tranquila. Eu AMO muito meu filho, e também adoro meu trabalho, e tenho certeza que consegui conciliar mãe, esposa e carreira. A volta ao trabalho foi tranquila, parecia meu primeiro emprego de tão ansiosa, nem vi o dia passar, mas, ao dar 17h, saio voando para buscar meu príncipe e dar muitos cheiros e beijos. Posso dizer que sou uma mulher realizada. Amo muito minha vida, e com certeza não faria nada de diferente.†– contou.

Mariana Melchior e Arthur

Para as mamães que estão com o coração apertado mas que precisam voltar a trabalhar, alguns conselhos de Mães Amigas que já enfrentaram esse momento:

“Voltei a trabalhar quando minha filha ia completar 4 meses. O primeiro dia é o pior mas você vai sobreviver, tente ficar calma… parece terrível mas não é… você vai ver, vai dar tudo certo e ver que nossos filhos ficam bem ajuda e conforta muito, boa sorte!†– Claudia Lodi Teixeira.

“É muito difícil nos primeiros dias, mas vai ser bom pra você e pra ele também, pode ter certeza… a gente sobre mais, viu??? eles ficam lá brincando, nem ligam muito. Boa sorte!!!!!!†– Marina Franco, mãe do Pedro Henrique.

“Você vai ver que é delicioso voltar à vida profissional! O começo parece triste! Chorei MUITO! É uma fase de adaptação… Mas depois a gente entra na rotina e você vai ver como temos o dom de ser uma mulher polvo!!!! Um beijão e boa sorte!†– Polyana Pinheiro, mãe do Miguel.

“É assim mesmo, no começo sofremos demaissss… chorei muito, mas depois tudo vale a pena… é claro que penso no meu filhote o dia todo, mas é muito bom ter voltado à vida normal e ao trabalho†– Elaine Souza, mãe do Léo.

“No final, nem foi tão dolorido e difícil como eu estava imaginando. Eu estava sofrendo por antecedência. É uma delícia ser recebida com um mega sorriso. Ela abre os braços pra eu pegá-la. E se ela esta contente, é sinal que estão a tratando bem†– Priscila Nucci, mãe da Larissa.

foto extraída da internet

 

De acordo com a pedadoga Andrezza Ferrari, a criança que entra na escola aos quatro meses, já começa desde cedo a vivenciar outros ambientes.

“A criança nessa idade ainda não está aprendendo a se socializar, mas ela começa a ouvir barulhos diferentes, a perceber um espaço e uma rotina diferente da que ela tem dentro de casa. Uma criança que vai para a escolinha já com essa idade tem mais autonomia na escola e independência da mãe. Isso faz com que a criança aceite com mais facilidade ficar sem a mãe na casa da vó ou da tia por exemplo†– contou.

Ainda de acordo com a especialista, enquanto a criança está na escola, a mãe tem mais tempo para ela se cuidar. “Faz bem para a mãe ter um tempo para ela. O início é difícil, depois é maravilhoso para todo mundo†– concluiu.

 

Depoimento de Mãe Amiga

A Mãe Amiga, Ariana Okabatake, que está se dedicando como mãe, relatou alguns pontos positivos e outros negativos da sua escolha, que vale a pena compartilhar.

Pontos negativos:

1. Adaptação à nova realidade de vida: apesar de ter me estruturado para deixar o mercado de trabalho temporariamente, é um desafio diário ficar em casa;
2. A saudade do ambiente corporativo, de me sentir realizando um papel importante, que fazia a diferença;
3. Deixar a carreira profissional depois de anos trabalhando para crescer na mesma empresa foi muito triste;
4. Passar a depender de uma outra pessoa, no caso, meu marido. Por mais que ele não se importe e não se incomode, esse é um dos pontos que me deixa mais desconfortável.
Pontos positivos:
1. Acompanhar de perto o crescimento e o desenvolvimento do meu filho;
2. Educá-lo com limites e valores e mostrar diariamente a ele o que é certo e errado, para que, no futuro, ele se transforme num ser humano digno e de caráter;
3. E, ser mãe 100% do tempo!!! E me sentir feliz com essa condição, vivendo sem culpa ou auto cobrança de que estou deixando pendências pra trás.
A verdade é que, independente de qualquer escolha, nós sabemos muito bem como administrar mais um papel em nossas vidas. Mais uma missão perante todas as outras que foram dadas a nós. Para as mamães que irão precisar voltar ao trabalhar logo  ao término da licença maternidade, seja ela por necessidade, por prazer, ou por qualquer outra razão, encare sua escolha de frente! É um recomeço, é novo…e toda mudança gera um pequeno desconforto… mas passa e logo percebemos que ela não é tão ruim como imaginávamos. E logo virão outras fases, outras decisões, outras escolhas. E, se fizermos com o coração, tenham certeza que já é garantido de 50% dela dar certo! Boa sorte! 
 

Para as Mães Amigas que estão grávidas, saiba quais são os direitos que todas nós temos: 

·         Licença Maternidade: A licença-maternidade é um direito de todas as mulheres que trabalham no Brasil e que contribuem para a Previdência Social (INSS). Para aquelas mães que possuem a carteira assinada, o valor da licença-maternidade é igual ao do salário mensal. As donas-de-casa ou estudantes que não tenham salário, mas que decidam pagar mensalmente para a Previdência, podem usufruir da licença depois de, pelo menos, 10 meses de contribuições (se a pessoa contribui sobre o salário mínimo, recebe na licença um salário mínimo por mês). Têm direito ainda ao afastamento mulheres que sofrem um aborto espontâneo, que dão à luz a um bebe natimorto e que adotam crianças.

O afastamento, que pode ser tirado até 28 dias antes do parto ou então a partir da data de nascimento do bebê, é de no mínimo quatro meses e de no máximo seis meses, dependendo do tipo de ocupação e da decisão da própria empresa (recebe um incentivo fiscal para estender a licença, porém ainda não é obrigatório). Funcionárias públicas federais e servidoras da maioria dos Estados e municípios, têm direito ao afastamento de seis meses (ou 180 dias).

No caso de adoção, o tempo de licença varia conforme a idade da criança adotada. Se ela tiver até 1 ano de idade, a licença é de 120 dias; se tiver entre 1 e 4 anos, a licença é de 60 dias; e se tiver de 4 a 8 anos, a licença é de 30 dias. Já abortos espontâneos antes de 23 semanas de gestação dão direito a um afastamento de duas semanas. Perdas após a 23a semana são consideradas pela lei como parto, portanto a licença passa a ser de 120 dias.

·         Salário Maternidade: O salário-maternidade também é valido para quem contribui com o INSS, independente se essa mãe tem registro na carteira ou é autônoma. Vale também para as mulheres que sofrem um aborto espontâneo, que dão à luz a um bebe natimorto e que adotam crianças. O salário é pago integralmente pela empresa. As mães que são autônomas, exercem trabalho doméstico ou adotam um bebê, o pedido da licença tem que ser feito diretamente na Previdência, que fará os pagamentos. Mulheres com mais de um vínculo empregatício têm direito a receber o salário-maternidade dos dois empregos. Mulheres desempregadas também têm direito à licença mesmo que tenham parado de contribuir. Para receber o salário maternidade as mulheres precisam estar dentro do prazo de 12 meses a partir da demissão ou da última contribuição. Já as mulheres que contribuem por pelo menos 10 anos, tem uma “proteção previdenciária†de 24 meses.

Ex: Uma mulher que foi demitida em janeiro, parou imediatamente de pagar o INSS e ficou grávida no mês seguinte, ainda assim poderá entrar com o pedido de salário-maternidade junto ao governo. O valor do salário será calculado de acordo com a categoria profissional a que pertence a pessoa.

 

Saiba mais sobre esse assunto:
http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=24
http://brasil.babycenter.com/pregnancy/gravidez-e-trabalho/licenca-maternidade/
 
Michelle Occiuzzi

Escrito por: Michelle Occiuzzi

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