Descobri que tenho sensibilidade ao glúten não celíaca!

 

 

Marijandy Soldeira
Mãe do Ian
Mãe amiga, empreendedora e proprietária da Mar&Mel Cosméticos

 

 

Descobri que tenho sensibilidade ao glúten não celíaca!

A descoberta de uma doença não é nada fácil. Vou contar para vocês, de mãe para mãe, a minha experiência. Tudo começou com meu filho quando ele tinha 8 meses. Os sintomas eram respiratórios, ele teve bronquiolite e vários episódios de muita secreção, e o tratamento era inalação com berotec e atrovent e muita fisioterapia respiratória. Que sofrimento era ver meu filho tão pequenino com tanto remédio! Mãe enlouquecida. Fomos a um homeopata. Resumo: retirar o leite de vaca, ele tem alergia a proteína do leite de vaca. Como assim? Sem leite? ele tinha 8 meses, o que fazer?

Bom, com orientação da pediatra dele retiramos o leite de vaca e introduzimos o leite de soja. Muitas adaptações, mas o objetivo foi alcançado. Meu filho nunca mais teve nenhum episódio de secreção, resfriado, gripe ou nada desse tipo. Mãe feliz! Passaram-se os anos e fomos introduzindo alimentos com leite. Pior coisa. Os sintomas mudaram de respiratório para gastrointestinal. Hipótese: intolerância a lactose. Resultado: Negativo. Novamente mãe enlouquecida. O que está acontecendo?? Aí começa a minha saga!

Decidi fazer alguns exames, em Fevereiro de 2016, junto com meu filho para dar aquela força na hora de tirar o sangue e para a prova de intolerância que é bem chata. Eu também estava sentindo uns sintomas estranhos toda vez que eu comia algum alimento de leite e já fazia tempo, mas não dei importância. Me dava uma dor de cabeça forte, uma dor na nuca, fígado ruim e as vezes diarreia. O dia da prova de intolerância foi horrível. Quando tomei a lactose, passei extremamente mal. Tive uma reação alérgica forte, minhas pernas, barriga, mãos ficaram empelotados, vermelhos e coçavam demais. Fiquei em observação na mira de uma injeção com antialérgico. Depois que terminou, fui para casa e passei a tarde toda no banheiro com cólica intestinal e diarreia.

Depois desse dia, tudo que eu comia de leite me dava muita cólica intestinal e dores de cabeça. Começaram a aparecer com mais intensidade umas bolinhas na minhas costas, braços, cabeça, pescoço e rosto, que depois de alguns dias viram uma ferida que nunca fecha. Essas bolinhas eu já tinha, há uns 5 anos atrás, elas coçam muito, parecem alergia. Fui em dois dermatologistas e o diagnóstico sempre foi stress, nada que eu usei indicado pelos médicos resolveram,sendo assim passei a conviver com isso como fazendo parte do meu corpo, só que não.

Comecei  então a prestar mais atenção em mim e no meu corpo e percebi que toda vez que eu comia algum alimento feito com farinha de trigo eu tinha reação logo em seguida gastrointestinal e essas bolinhas. Emagreci repentinamente. Meu cabelo começou a cair de forma intensa, estou com 4 falhas grandes… Conversei com uma amiga que falou que os sintomas que eu tinha pareciam estar relacionados com doença celíaca ou sensibilidade ao glúten não celíaca.

Bom, vamos ao médico? Sim! Procurei um médico gastro, pediu exames. Resultado: gastrite. Tratamento: remédio. Os sintomas continuaram e procurei mais dois médicos gastro. Um deles me passou exames de endoscopia com o pedido da escala Marsh que detecta doença celíaca e colonoscopia. Resultado dos exames: bactéria H Pilory no intestino e retirada de pólipos intestinais e estomacais. Resultado da consulta: médico me disse que eu estava estressada ou ansiosa, e um remédio para a bactéria. O que?? Como assim?? Os médicos não acreditaram nos meus sintomas! Nesse ínterim até eu fiquei em dúvida sobre mim mesma e sai do consultório do médico e fui comer uma esfirra com doce de leite. Resultado: diarreia, dor de cabeça, cólica intestinal por 3 dias seguidos!

Descobri que tudo é feito com glúten!

Comecei a pesquisar sobre APLV e Sensibilidade ao glúten não celíaca, pois meus exames deram negativos para doença celíaca. Descobri que os shampoos e condicionadores tem glúten, pasta de dente tem glúten, esmalte tem glúten, maquiagens tem glúten e provei isso no meu corpo. As tais bolinhas/feridas apareceram na minha cabeça e fizeram morada. Que angústia que é… coça demais, se pentear forte machuca e dói. Começa aí a procura por produtos sem glúten. Lembra do meu filho no começo da historia? Por causa da dermatite atópica que ele tinha eu desenvolvi produtos de higiene que são antialérgicos e por causa deles eu estou protegida. Ufa! Posso usar sabonetes, os cremes e todos os produtos da Mar&Mel sem medo de coceiras ou feridas. Até desenvolvi uma linha especial para mim, calêndula! Se te interessar pode ler mais sobre as dermatites aqui!

Entre angustias, choro e muita vontade de entender o que estava acontecendo e com a ajuda de uma nutricionista é um médico celíaco, dedicados e abertos a ouvir o que eu tinha a dizer e além de tudo que acreditou em mim, minha alimentação mudou….. meu intestino precisa se recuperar para que meu corpo possa receber os nutrientes dos alimentos. Suplementação de vitaminas. Regularização do intestino. Apesar de toda a batalha que tenho enfrentado, saber que tudo isso tem uma carga genética e que meu filho, hoje tem os mesmos sintomas que eu, e ele pode ter desenvolvido tudo isso por minha  causa me deixa muito triste. Mas sigo em frente pensando em fazer meu melhor.

Minha rotina mudou muito. Hoje não podemos comer fora, pois corremos o risco da contaminação cruzada, e consequentemente passar mal. Faço toda a comida em casa, bolos, pães, etc. E o lanche da escola? Tudo sem glúten e sem leite feito por mim! Algumas receitas dão certo, ou não, outras não ficam gostosas. É um desafio diário comer sem glúten e sem leite e ser gostoso. Ter prazer na alimentação.

É muito cansativo. Chego ao final do dia esgotada. Mas não posso desistir. Persistir e seguir adiante sempre!

Dicas que aprendi no decorrer do caminho:

  • Paciência…. ahh essa bendita paciência. E não digo isso da boca pra fora não! Porque é difícil demais não ter o controle das coisas nas nossas mãos o tempo todo. Então paciência é a palavra chave;
  • As coisas mais simples da vida são aquelas que nos traz maior felicidade e nos mantém em pé seguindo em frente. Pra mim, a felicidade tem nome, são pessoas…. as mais especiais da minha vida, meu filho e meu marido que estão comigo nas dificuldades e nos momentos bons. Sem demagogia;
  • A prioridade aparece como um cheque mate. Se respeite, pois não podemos fazer tudo o que queremos. Leve isso de forma tranquila;
  • Alergia e sensibilidade aos alimentos não é frescura! As consequências do não respeito por essa condição pode levar o alérgico a morte. Pense nisso!
  • O paladar não muda rápido e adaptar-se as restrições é difícil, para crianças e adultos. A vontade de comer algo que te traz lembranças e não poder é dolorido. Chorei algumas vezes…… vou chegar lá na capacidade de ignorar totalmente o que me faz mal e aproveitar novos sabores do que faz bem

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