Relato de parto natural aos olhos de um pai

 

Fernando França Mendaçolli
Pai do Luiz Felipe e do Gael

“Só tenho a dizer o quanto minha admiração por essa mulher é imensurável”

 

 

Relato de parto natural aos olhos de um pai

Após 39 semanas e 5 dias de muita espera acordamos em um domingo (19.02.2017), porém não seria como outro qualquer. A Débora acordou mais cedo (motivo de preocupação, já que, isso quase nunca ocorre rs) estava com bastante dor, mas sem nenhuma contração, ficou ali deitada me observando. Acordei mais ou menos 10 minutos mais tarde 07h56. Vi seu olhar meio apreensivo, e ela logo me falou que em escala de 1 a 10 a dor nas costas e pernas estava em 8. Ela se levantou e foi tomar banho.

Assim que saiu do chuveiro, lá pelas 8h20, as contrações começaram e fomos monitorando, enquanto ela se aprontava para irmos até a casa de parto. Levantei, fui escovar os dentes e escutei a seguinte frase: Vamos senão o bebê nascerá aqui. As malas já estavam no carro, então, mais tranquilos descemos as escadas em direção a porta, peguei o bebê conforto e fomos para o carro. Pra quem não sentia contrações, elas vieram de uma vez e desordenadas, de 4 a 6 minutos de intervalo. Saímos de casa e na metade do caminho descobrimos que os documentos dela ficaram no rack da sala. A dor só aumentou, pegamos o documento e saímos bem rápido.

Ao chegar na casa de parto, por volta das 09h00, onde fomos muito bem recebidos novamente, fizeram o toque e descobrimos que estava com 7 dedos de dilatação, realizados os demais exames a transferiram para o pré parto, onde ela veio a ter o Gael Kadar Mendaçolli.

As enfermeiras sempre muito atenciosas, já a colocaram no chuveiro para facilitar o trabalho de parto. Eu sempre ao lado de minha esposa e guerreira, fazendo o possível para lhe dar forças. Em menos de 40 minutos ela já estava com dilatação total, porém, sem o rompimento da bolsa. Foi conduzida para poder realizar o procedimento e na introdução do estilete(instrumento usado para estourar a bolsa) ela se rompeu dando início ao trabalho de parto expulsivo.

A minha esposa foi transferida para a banheira e após 30 minutos de muita força e contrações constantes, suor e lágrimas ela foi para o chuveiro, mas também não era o ideal, pois não havia posição confortável. Ficou de cócoras, ajoelhada, segurando na barra, sentou no chão e nada… sentia muita dor, estava fragilizada, se questionando, pedindo força a mãe Iemanjá. Já não sabia ao certo se conseguiria. Eu sempre ao seu lado dizendo o quanto ela é forte e que daria tudo certo, sempre deixando claro que queria o melhor para ela. Nesse momento fomos orientados a ir para o banquinho de parto, sentei na poltrona atrás do banco e a abracei para deixa la o mais confortável que conseguia, enfim achamos o local ideal.

Ela fez muita força, quase desmaiou, se concentrou e fez três puxos seguidos, nesse instante descobrimos que para “facilitar” o Gael resolveu nascer de face. Ela já estava quase perdendo a consciência, foi quando escutamos um breve choro engasgado. Por fim veio ao colo dela mais um presente de Deus, uma bênção, nosso filho. Só tenho a dizer o quanto minha admiração por essa mulher é imensurável, e o quão ela é importante em minha vida e agradecer por mais esse momento inesquecível que ela nos proporcionou.

 

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