Ginecologista: 6 motivos para marcar uma consulta

30.10.2019 – Hoje, dia 30 de outubro, é comemorado o Dia Nacional do Ginecologista e Obstetra. A data foi criada em 1959 e sabemos que a ginecologia é uma das poucas especialidades médicas em que a paciente não precisa estar doente para agendar uma consulta, pois os exames ginecológicos devem ser realizados rotineiramente, com objetivo de preservar a saúde da mulher.

Você sabia que 4 milhões de brasileiras nunca foram ao ginecologista? Esse é um dado do levantamento feito pelo Datafolha, a pedido da FEBRASGO. Outras 6,5 milhões de brasileiras, 8% do total, não costumam ir ao ginecologista. A pesquisa, realizada em dezembro de 2018, é alarmante quando nos deparamos com o aumento de doenças, principalmente o câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 2018 encerrou com cerca de 59.700 novos casos de câncer de mama no Brasil. O mesmo número é esperado para 2019. A incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos.

Falamos com especialistas nessa área para que elas pudessem selecionar alguns motivos para procurar o ginecologista como forma de prevenção e tratamento.

Mulher se consultando com ginecologista

Para a Dra Ana Paula Maranhão Negreiros Fiorini, formada em Medicina pela faculdade de Medicina  de Botucatu – UNESP, onde também fez residência em ginecologia e obstetrícia, trabalhando atualmente no Instituto Pro Mulher, dois 2 motivos são fundamentais:

1- Pré-concepção

Toda gestação deveria ser planejada. Orientamos uma consulta com o ginecologista aproximadamente 3 meses antes da interrupção do método contraceptivo para coleta de papanicolaou,  exames bioquímicos, sorologias e exames de imagem; e também controle de doenças pre existentes e adequação das medicações caso a paciente tenha alguma patologia clinica como diabetes, hipertensão, depressão etc. A paciente também vai ser orientada a usar o ácido fólico, que é uma vitamina que previne defeitos no fechamento do tubo neural do bebê.

2- Planejamento familiar

Uma gestação não planejada/desejada pode ser evitada.  Hoje existem diversas opções disponíveis: camisinha, anticoncepcional oral, injetável, anel vaginal, adesivo, diu de cobre, mirena, laqueadura e vasectomia. Juntos podemos escolher a melhor opção respeitando o desejo da mulher e as indicações e contra indicações de cada método.

A Dra. Patrícia Varanda pós-graduada em Ginecologia Endócrina e Reprodução Humana, Terapia Sexual, especializada em ginecologia obstetrícia (TEGO) e qualificada em Doenças Sexualmente Transmissíveis pela SBDST explica mais dois motivos no qual a mulher deve ir ao ginecologista como forma de prevenção no cuidado de sua saúde.

3- Saúde Sexual

Segundo a OMS, a saúde sexual é um dos 4 pilares de qualidade de vida, a saber: família, trabalho, lazer e sexo. Em outras palavras, para sermos felizes precisamos ter uma boa convivência em família, trabalhar no que gostamos, usufruir de momentos de lazer e praticar sexo com satisfação. Quando nosso desempenho sexual está comprometido, nossa satisfação com a vida se abala e nossa qualidade de vida é prejudicada.

Apesar de ser natural, fonte de prazer, forma de expressão de sentimentos e meio de procriação da espécie, o sexo ainda permanece cercado de preconceitos, mitos e tabus, os quais podem aumentar a vulnerabilidade do indivíduo a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e/ou levar ao aparecimento de disfunções sexuais como falta de desejo, dificuldade de excitação, ausência de orgasmo, ejaculação precoce e perda de ereção. O ginecologista tem um papel fundamental de identificar e reduzir riscos, tratar DSTs e acolher vítimas de violência sexual , ajudar a corrigir as disfunções e recuperar a satisfação sexual.

4- Planejamento familiar

Desde que a Declaração dos Direitos Sexuais e Reprodutivos foi assinada, decretou-se que homens e mulheres decidem quando, com quem e como ter filhos e quantos filhos querem ter. Políticas públicas de saúde foram criadas para facilitar e garantir o acesso aos métodos contraceptivos. Procurar um ginecologista para receber orientação em planejamento familiar é um direito de todos.

A Dra. Isabela Nelly Machado especialista em Gestação de Alto Risco e Medicina Fetal (Medicina Materno-Fetal) explica sobre a importância a mulher pensar previamente sobre uma gravidez e como ela quer cuidar do seu corpo para se desenvolver nesse processo.

5- Ciclo gravídico-puerperal

Um casal desejoso de engravidar deve incluir no seu planejamento uma avaliação com o médico ginecologista. Ao realizar essa AVALIAÇÃO PRÉ CONCEPCIONAL, o ginecologista é capaz de identificar fatores de risco que poderiam “atrapalhar” uma boa evolução da gravidez e atuar de forma a controlar ou afastar esses riscos de maneira oportuna e eficaz, incluindo também possíveis fatores presentes no parceiro. Como exemplo, podemos afirmar que as doenças pré-existentes (hipertensão arterial, asma, diabetes, etc) precisam estar com controle adequado e algumas medicações precisam ser trocadas, antes de iniciar as tentativas de engravidar.

6- Pré-natal

O casal deve manter todo o seguimento da gestação sob os cuidados atentos do ginecologista-obstetra, que é o profissional indicado para acompanhar a gestação, parto e puerpério (pós parto). Esse seguimento “pré natal” inclui consultas frequentes e vigilância laboratorial, baseado numa atenção individualizada, cuja classificação de risco é contínua e dinamicamente reavaliada. Essa vigilância busca o planejamento de ações oportunas (orientações, tratamentos, procedimentos, etc), sempre almejando um resultado de sucesso: MÃE E RECÉM-NASCIDO SAUDÁVEIS.

Além dos fatores citados acima, as mulheres devem saber a importância da realização e periodicidade de avaliação e exames ginecológicos que auxiliam na prevenção de doenças e aumentam o cuidado com a saúde feminina.

Nossos parabéns neste dia para todos os profissionais desta área, em especial para essas três médicas que nos auxiliaram na realização deste artigo sobre a importância de cuidarmos da saúde da mulher, um direito declarada de todas nós.

 

Texto escrito em parceria com Dra. Ana Paula Maranhão Negreiros Fiorini, Dra. Patrícia Varanda, Dra. Isabela Nelly Machado.

Revisado por Madame Conteúdo.

 

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