Gestante HIV positivo, o que fazer?

28.11.2013 – Está chegando o Dia Mundial da Luta contra a AIDS (1 de dezembro) e vamos falar sobre a gestante HIV positivo.

A transmissão do HIV da mãe para o filho pode ocorrer durante a gestação, o trabalho de parto e parto e pelo aleitamento materno e é chamada de transmissão vertical. Desde que se instituiu o uso de medicações antirretrovirais durante a gestação, e se conheceu os principais fatores relacionados a essa transmissão, houve um declínio importante no número de crianças contaminadas por suas mães. Hoje, tomados todos os cuidados conhecidos e nos momentos oportunos, a chance de contaminação da criança fica abaixo de 1%.

A evolução da epidemia da AIDS no Brasil afeta de maneira especial as mulheres e, principalmente, as adolescentes e em idade fértil, trazendo um novo desafio que é zerar a transmissão vertical do HIV.

No país, uma parcela considerável do diagnóstico em mulheres se dá durante o período gestacional, mediante a realização da triagem sorológica anti-HIV.

Se toda gestante, independente do risco, realiza a sorologia para rastreamento desta infecção no início do pré-natal, muito se pode fazer para impedir ou diminuir o risco da criança adquirir o vírus.

Prevenção da transmissão para o bebê

Se a mulher já sabe ser portadora do HIV, o ideal é planejar o melhor momento para engravidar, tomando várias medidas preventivas iniciais para tentar evitar a passagem do vírus para a criança:

– Engravidar no melhor estado imunológico possível

– Tomar regularmente os medicamentos anti-retrovirais durante a gravidez (para diminuir ou impedir a replicação do HIV)

– Usar preservativo regularmente durante toda a gravidez

– Tratar todas as infecções intercorrentes durante a gravidez

– Fazer pré-natal em serviços especializados ou com obstetras que tenham familiaridade com esta infecção

Gestante HIV positivoAlém disso, o cuidado com a nutrição e o controle do ganho de peso durante a gravidez auxiliam a não surgirem doenças intercorrentes, como anemias, diabetes e hipertensão, diminuindo o risco da prematuridade, que pode levar à maior contaminação da criança.

Outras medidas também contribuem, e muito, para diminuir estas e outras complicações, como: não fumar, não beber álcool, não consumir drogas de vício e fazer exercícios regularmente.

Como ocorre a transmissão

A passagem do vírus para a criança se correlaciona diretamente com alguns fatores: o valor da carga viral materna próximo ao parto (quanto maior, maior o risco), o tipo de parto e a idade gestacional, o aleitamento materno, o não uso de medicações antirretrovirais combinadas durante o pré-natal, o não uso ou uso inadequado do AZT no parto e para o recém-nascido.

Em relação ao tipo de parto, sabe-se que a cesárea eletiva protege mais a criança quando a mãe tem carga viral detectável (independente do valor), devendo ser sempre discutida com o casal. A cesárea parece ser mais protetora para a criança do que o parto normal, mesmo com cargas virais baixas, provavelmente porque se consegue fazê-la em condições ideais, como a bolsa intacta, fora de trabalho de parto e dando AZT endovenoso por tempo adequado para a proteção da criança.

Assim, as principais recomendações para a gestante portadora do HIV são: fazer o pré-natal adequadamente, adotando todas as medidas recomendadas pelo obstetra e infectologista, tomar seus medicamentos anti-retrovirais nos horários certos, usar preservativo em todas as relações, fazer sempre os exames solicitados, tratar infecções concomitantes conforme recomendado (como corrimentos e outras), ter hábitos saudáveis, receber o AZT endovenoso no parto e dar ao recém-nascido o AZT xarope por 42 dias e não amamentar.

Um dos pontos mais importantes de um pré-natal bem sucedido é o cultivo de um forte vínculo entre a gestante e seu médico, de modo que as orientações, prescrições e conselhos sejam seguidos da melhor forma. Para isto, não basta o médico fazer o pré-natal (medir, pesar, auscultar etc.) mas sempre ter um novo olhar para estas mulheres e para os fetos que elas carregam.

 

Selo Profissional-4

Dra. Rosa Maria S. A. Ruocco

– Ginecologista e obstetra

– Doutora em Medicina pela USP

– Chefe do Setor de HIV e gestação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)

– E-mail de contato: consultorio.rosa@terra.com.br

 

Para saber mais:

Página do Ministério da Saúde sobre gestantes com HIV

Manual de Rotinas para Assistência a Adolescentes Vivendo com HIV/Aids

 

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