Após muita espera pelo segundo filho, Gabriel está à caminho

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Tania Camilio

Mãe da Bia e do Gabriel

♥ “A notícia ficou bem guardadinha apenas entre mim e meu marido, por um bom tempo.”

 

espera pelo segundo filho415.08.2016 – Se tem uma coisa que tenho aprendido é que, por mais que eu faça planos e busque conquistá-los, há muitas coisas (acho que a maioria) sobre as quais não tenho controle. Acreditar e confiar que Deus está no comando e que tudo, afinal, terminará bem, tem sido um exercício diário, especialmente no assunto gravidez e maternidade.

Após muita espera pelo segundo filho, Gabriel está à caminho

Há 7 anos, finalmente decidimos engravidar. Após 5 meses de tentativas, descobri que estava grávida e, completando meu sonho, seria uma menina! A gestação foi bem tranquila. Medos e inseguranças normais de mãe de primeira viagem. Ficava ansiosa em dias de ultrassom, adorava senti-la mexer (e já corri pra maternidade quando achei que não mexia), fizemos enxoval “como manda o figurino”, viajamos, trabalhei até uma semana antes dela nascer. Desejava um parto normal, mas acabei numa cesárea que eu acreditava ser necessária. Então, dia 11 de fevereiro de 2010 nascia a Beatriz, a nossa Bia, tão esperada e já muito amada por todos.

O “romantismo” do momento já começou a mudar de figura nos primeiros momentos do pós-parto. Senti dores, fiquei um tempão sem ver minha filha, não puder ter acompanhante o tempo todo. Tive muitas dificuldades na amamentação.

Enfim, ‘bem-vinda” à maternidade real, era o que eu pensava.

Apesar do pós-parto difícil, não passei por uma depressão de fato e amei ser mãe desde o primeiro momento.

espera pelo segundo filho3Seguindo o que não seria meu roteiro pré-planejado antes de ser mãe, não consegui abrir mão de estar com a minha filha por menos de meio período e, aos poucos, fui deixando o trabalho e comecei a atuar como autônoma, sempre com o objetivo de ser mais presente na vida dela e, aos poucos, fui descobrindo que minha maior vocação é mesmo ser mãe! O meu desejo era ser mãe novamente, porém não tive coragem de emendar uma segunda gravidez logo de cara, portanto, meus filhos não teriam tão pouca diferença de idade, conforme eu havia idealizado que seria.

A “novela” da segunda gravidez começou em 2013, quando quis fazer um check-up para então tentar engravidar novamente e descobri que estava com Toxoplasmose. Ou seja, precisava esperar, no mínimo, 3 meses, até a fase aguda passar. Insegura, aumentei um pouco esse prazo e, só depois de um exame específico pra me certificar de que não havia mais infecção, retomei as tentativas. E um longo ano se passou e nada de gravidez. No fim do ano, meu marido e eu começamos a fazer alguns exames mais específicos e no início as notícias não foram animadoras. Já em 2015, buscamos outras opiniões, e o que era possível para melhorar a fertilidade e, quando eu já estava refazendo alguns exames a pedido da especialista, engravidei naturalmente! A alegria foi grande e parecia que finalmente eu realizaria o sonho de ser mãe novamente.

Porém, certamente eu precisava ainda aprender algumas lições. A tensão começou desde o primeiro ultrassom, pois cometi o erro de realizar o exame muito no início e isso pode gerar alguma confusão em relação à idade gestacional e a uma gravidez ectópica (quando o embrião se instala em uma das trompas). A partir daí foram muitos exames e muita angústia, pois, apesar de não ser gestação ectópica, o embrião não estava se desenvolvendo. Tudo foi colocado à prova: minha confiança nos médicos, meu casamento, minha fé.

Depois de tudo o que passamos, obviamente eu achava que “não merecia passar por isso”.

espera pelo segundo filho2Mas, ao invés de piorar, a transformação foi positiva: amadurecemos como casal, como pais e, principalmente, como Cristãos. E quando a confirmação de aborto retido finalmente veio (2 meses depois), eu já estava mais preparada e fortalecida. Doeu, é claro. Física (tive que passar pela curetagem) e psicologicamente. Como qualquer dor, só entende mesmo quem também vivencia. A dor desta perda às vezes é menosprezada, mal temos tempo para o luto e lidar com comentários do tipo “vai parar em uma filha só?” e Blábláblá só me faziam pensar “mal sabem o que tenho passado, isso não foi uma escolha!”.

As dores dessa experiência foram ficando, enfim, mais brandas, até chegar ao ponto de uma decisão: é hora de tentar de novo, pois ainda não desisti do sonho de ser mãe mais uma vez.

E, felizmente, antes que eu pudesse voltar a um especialista (pois pensava que não ficaria 1 ano tentando novamente, seria horrível), engravidei!

A notícia ficou bem guardadinha apenas entre mim e meu marido, por um bom tempo. Não queria comentar, não queria me expor, não queria perguntas e palpites. No dia do primeiro ultrassom eu estava extremamente tensa. Porém, fiquei muito aliviada pois, diferentemente das últimas vezes, as notícias eram bem mais animadoras. Esperei mais algumas semanas e, apenas após o morfológico de primeiro trimestre, passamos a respirar um pouco mais aliviados, contamos para mais pessoas. Passei a vivenciar a nova gravidez e a me conectar com o bebê que já estava se desenvolvendo muito bem!

Nesta fase, eu nem estava preocupada em saber o sexo do bebê, apenas se estava se desenvolvendo corretamente. Mas, já que tinha sido possível ver, optei por passar a informação à minha irmã, que é fotógrafa, e pedi que planejasse um momento bem legal para eu registrar com fotos (até então, eu, mesmo sendo fotógrafa também, havia feito no máximo algumas no celular) o momento da revelação do sexo. E, após 4 semanas, finalmente descobrimos que quem está a caminho é um menino!

Tão amado, tão esperado! Estamos tendo o cuidado para incluir a mais velha na história do irmão. Ela também sofreu muito com a perda e, mesmo agora tendo desejado uma menina, já tem se mostrado uma irmã mais velha muito amorosa.

E, com muito carinho, permitimos que o nome fosse o da escolha dela: Gabriel.

Aos poucos, nosso mundinho agora vai se tornando cada vez mais azul! Fase de preparativos e curtir a barriga crescendo! Como mencionei no começo, controlar a ansiedade e a insegurança, tem sido um exercício diário. A entrega a essa gravidez tem sido bem mais gradual, porém não com menos amor. Vivendo com algum planejamento, porém, um dia de cada vez. “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nEle, e Ele tudo fará.” (Salmos 37:5) eu repito a mim mesma todos os dias. Fácil? Pra mim, não! Mas vale tentar! 🙂

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