Engravidei grávida e sou mãe de gêmeos

29.08.2013

selo materia mae amiga

 

Helena Vespero Pazzetti 

Mãe da Giovana e do Enzo (7 anos)

♥ Sempre soube que seria mãe e acabou sendo mãe de gêmeos, cada um concebido em uma ovulação. Helena engravidou grávida!

 

Sabe aquelas frases feitas tipo “o que tem que ser, será”, “seja o que Deus quiser”… Bem, todas elas se encaixam bem para minha deliciosa – e, às vezes, dramática – experiência sobre a maternidade. Deixando claro que, ser mãe pra mim sempre foi, desde muito pequena, projeto de vida. Nasci pra isso e sempre tive certeza, como mais tarde pude mesmo comprovar, que só seria realizada sendo mãe.

Mas nem sempre os caminhos para percorrermos nossos objetivos são fáceis. Desde a adolescência, sempre tive um fluxo menstrual muito forte, dolorido e um ciclo extremamente curto. Para isso, tinha que tomar anticoncepcional desde muito cedo pra regular minha menstruação, senão ficaria menstruada quase que o mês inteiro. Isso nunca foi me explicado muito bem, só depois que viria a saber que é porque tenho duas ovulações por mês, e consequentemente, esses óvulos teriam que ser liberados também na mesma proporção.

Bem, mas a surpresa viria quando fiz meu primeiro exame de ultrassom intravaginal, em que se descobriria que tenho o útero bicorno. Pra saber mais sobre isso, clique aqui. Resumindo, é uma má formação do útero (normalmente o útero é em formato de pera, o meu é de coração, com uma membrana separando os dois lados). Enquanto os médicos (sim, fui a vários ginecologistas com essa ultra em mãos) me explicavam, a maioria dizia que eu teria problema para gerar um bebê, porque como existia essa “fenda’’, o bebê seria gerado apenas de um lado, o que não teria tamanho suficiente para aguentar até o final da gestação. Se eu conseguisse, talvez teria que ter 9 meses de repouso. E isso não foi só um médico que disse, foram vários.

Confesso que, nessa época, não fiquei tão preocupada, já que, para ter um filho teria que encontrar um pai, e isso estava cada vez mais difícil. Por um tempo, abstraí mesmo a informação. Foi quando conheci o Alberto. Sabe aquela história da metade da laranja? Junto veio a certeza de querer casar e querer que ele fosse o pai dos meus filhos. Sim, sempre quis dois. Era do tipo que sempre achou que tinha que ter dois filhos. Alberto queria um, mas mais pra frente. Isso não seria motivo de discórdia entre o casal… rs…

Engravidei grávidaAí, programamos de começar as tentativas. Foi programado, sim, mas não levei em consideração todo meu histórico. Confesso que, talvez tenha sido meio inconsequente em relação a isso, mas, no final, era bem as tais frases feitas que vinham à minha mente, “o que tem que ser, será”.

Engravidei rápido até, e como meu ciclo era totalmente desregulado e eu menstruei no início, demorei 12 semanas para descobrir a gravidez.

Quando fui fazer a primeira ultra, veio a surpresa: gêmeos. Isso era algo que nunca passaria pela minha cabeça, porque não tinha feito tratamento e, muito menos, tinha casos de gêmeos nem na minha família, nem na do meu marido. Segunda surpresa: idade gestacional dos dois tinha uma diferença de 15 dias. Depois viemos a descobrir que, como eu óvulo duas vezes ao mês, cada um foi concebido em uma ovulação.

Ou seja, eu engravidei grávida.

E quanto ao meu útero bicorno? Cada um achou seu lugar, cada um ao lado do meu “coração uterino”, com uma fenda no meio os separando. Minha gravidez correu super bem, não tive nenhum tipo de intercorrência, a não ser que, com 33 semanas, eu imaginando que estava tendo incontinência urinária, tinha é rompido a bolsa da Giovana, e como estava entrando em sofrimento, teve que ser feita uma cesárea de emergência.

Helena Pazzetti_blog materno maes amigas (2)Eles ficaram 20 dias no hospital para ganhar peso, mas nunca tiveram nenhuma doença que tivesse relação ao fato de serem prematuros ou da minha “anomalia”. Sair sem eles do hospital era muito ruim, ninguém gosta. Mas, até isso acho que fez parte de toda a perfeição. Quando saíram, eu não tinha mais aquele medo de quem chega em casa com recém-nascido. Já tinha dado banho no hospital, o umbigo já tinha caído, já estava craque em trocar fraldas, enfim, nada é por acaso mesmo.

Confesso que hoje, com as informações que tenho, seria tudo bem diferente. Nem sei se pra melhor, porque quanto mais a gente conhece a Bíblia, mais peca, né? Mas o importante é que, aquele meu sonho de infância, aquilo que eu queria ser quando crescesse, veio duplamente e com toda a beleza e saúde que eu jamais ousasse sonhar.

O começo é difícil. Só quem tem gêmeos sabe. Mas aí você descobre que não consegue mais viver sem aquelas partes de você tão perfeitas. Conviver com um casal ainda, me fez entrar no mundo azul e rosa de carrinhos e bonecas e fazer de tudo isso ainda mais perfeito. Eles são completamente diferentes de personalidade. Costumo dizer que teve uma conspiração das galáxias nesses dois minutos de diferença dos dois lá em cima. Porque são como água e vinho. Hoje, com 7 anos, essas diferenças aparecem ainda mais. E essas diferenças que me fazem aprender com eles a cada dia. Aprender e superar. Hoje, eu vejo que aquele meu sonho de infância era mesmo a minha realidade. Criança sempre sabe das coisas.

Helena Pazzetti_blog materno maes amigas (4)

 

Clique aqui e veja a Helena Pazzetti contando essa história na TV, na estreia do programa Mães Amigas na TV.

 

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