Como identificar possÃveis sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes?
18.05.2018 – 70% das vÃtimas de abuso sexual são crianças e adolescentes; 24,1% dos agressores dos menores são os próprios pais ou padrastos e 32,2% são amigos ou conhecidos da vÃtima, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Por isso, o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi criado para convocar a população ao enfrentamento dessa realidade alarmante. Mas como identificar os possÃveis sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes?
“O menor vÃtima de abuso sexual
pode dar sinais de que está sendo violentado
através do comportamento”
A frase é da ex-coordenadora do Programa de Saúde Sexual do Adolescente Carolina Freire. “É preciso, porém, considerar o comportamento individual de cada menor. No caso das crianças comunicativas, o isolamento repentino pode ser um indÃcio de que algo errado está acontecendo, mas se o pequeno for naturalmente quieto, é provável que o distanciamento seja parte da personalidade dele”, exemplifica a psicóloga com especialização em desenvolvimento infantil. Ainda segundo ela, os possÃveis sinais de abuso sexual em crianças ou adolescente são:
Compulsão ou falta de apetite
A criança ou adolescente vÃtima de abuso sexual que alimentava-se em boa quantidade pode passar a demonstrar falta de apetite repentino ou vice-versa.
Hábitos contraditórios
O menor que nunca agiu de determinada forma começa, de repente, a agir. Algumas situações são: apresentar medos antes não existentes – do escuro, de ficar sozinha ou perto de determinadas pessoas -; mudanças extremas no humor, como quando a criança era superextrovertida e passa a ser muito introvertida ou era supercalma e passa a ser agressiva.
A mudança de comportamento também pode se apresentar com relação a uma pessoa ou atividade especÃficas: não querer ir a uma atividade extracurricular, visitar um parente ou vizinho ou mesmo voltar para a casa depois da aula pode ser sinal de que algo errado está acontecendo com relação a esses indivÃduos ou ambientes.
Isolamento
A violência sexual pode fazer com que crianças naturalmente comunicativas deixem de conversar, brincar ou relacionar-se de outras formas com amigos, familiares ou com o próprio agressor. No caso dos pequenos com personalidade introvertida, o isolamento pode tornar-se mais intenso.
Regressão
Outro indicativo é o de recorrer repentinamente a comportamentos infantis que a criança já havia abandonado, como fazer xixi na cama, chupar o dedo ou chorar sem motivo aparente. Nesse caso, os comportamentos ocorrem porque o pequeno tenta voltar à época em que os abusos não aconteciam, ou seja, quando ele era ainda menor.
Questões de sexualidade
Um desenho, uma “brincadeira” ou um comportamento mais envergonhado com relação à s questões sexuais podem ser sinais de que uma criança esteja passando por uma situação de abuso. Isso porque se a criança nunca falou sobre sexualidade e começa a fazer desenhos em que aparecem genitais, ela pode estar demonstrando que viu cenas como essas pessoalmente ou que alguém colocou imagens dessa conotação para ela ver.
O aviso indireto pode vir em forma de brincadeiras. Quando o menor chama os amiguinhos para brincadeiras que têm cunho sexual ou algo do tipo, ele pode estar reproduzindo o comportamento do abusador em outras crianças.
O cuidado deve ser redobrado com crianças que, ainda novas, passam a apresentar um “interesse público” por questões sexuais, ou seja, quando o menor, em vez de abraçar um familiar, dá beijo ou acaricia locais inapropriados.
O uso de palavras diferentes das aprendidas em casa para se referir à s partes Ãntimas também é motivo para se perguntar à criança onde ela aprendeu tal expressão.
Segredos
Para manter o silêncio do menor, o abusador pode fazer ameaças de violência fÃsica contra a vÃtima ou contra pessoas que fazem parte do cÃrculo afetivo dela ou, ainda, oferecer presentes, dinheiro ou outro tipo de benefÃcio material para construir a relação com a criança ou adolescente. No primeiro exemplo citado, a criança pode passar a apresentar comportamento de quem sente medo, tristeza ou angústia. Já no segundo caso, é comum que o menor evite responder a perguntas sobre as regalias.
Denuncie
*Informações obtidas através da organização sem fins lucrativos de combate à violência sexual infantil Childhood Brasil.
Disque Direitos Humanos – ligue 100: recebe denúncias de forma rápida e anônima e encaminha o assunto aos órgãos competentes em até 24 horas.
Delegacias Especializadas: em diversas cidades do paÃs, existem delegacias especializadas em crimes contra crianças e adolescentes. Procure o endereço mais próximo no site do Ministério da Justiça.
Delegacias Comuns: caso não haja uma delegacia especializada em sua cidade, dirija-se à delegacia comum mais próxima para encaminhamento de queixas e denúncias.
PolÃcia Militar: para ações emergenciais.
Proteja Brasil: é um aplicativo para smartphones e tablets. Por meio dele, é possÃvel obter os telefones e endereços de delegacias, conselhos tutelares e outras instituições do sistema de garantia de direitos mais próximos de você.