Bater palmas é estratégia para encontrar crianças perdidas na praia
08.02.2018 – O litoral é um dos destinos de viagem favoritos de adultos e crianças durante todo o ano, mas essa demanda torna-se ainda maior durante o verão. Consequentemente, aumenta também o número de pais que perdem seus filhos em meio à multidão de banhistas nesse período. Por isso, entre turistas de todo o Brasil, bater palmas é estratégia para achar crianças perdidas na praia.
A técnica de busca sugere que, ao encontrar um menor perdido, a pessoa o coloque nos ombros e os demais banhistas batam palmas ao redor dele e do adulto. Isso porque como a criança é pequena, andar de mãos dadas com ela dificulta que os pais que a procuram consigam vê-la facilmente. Já em cima dos ombros, a visibilidade torna-se maior.
Além disso, bater palmas em volta do pequeno e da pessoa que o está ajudando capta a atenção dos banhistas ao redor para os dois. Tal atitude aumenta a possibilidade dos familiares da criança a localizarem em meio à milhares de turistas.
Exemplo da ação na Praia das Conchas, no Cabo Frio
Além da vantagem de manter a criança perdida em um único local e chamar a atenção de todos para onde ela está, a técnica das palmas é uma alternativa para não sobrecarregar os salva-vidas, evitando outras situações de risco.
Por serem representantes do poder e segurança públicos nas praias, os profissionais que cuidam da proteção dos banhistas na água são os primeiros a serem acionados quando uma criança se perde. Com isso, os salva-vidas acabam deixando de lado a principal missão deles, que é socorrer vítimas de afogamentos.
Projeto Anjos do Verão
Dono de uma escola no Guarujá, Rui Silva e sua esposa, Cida Rix, passaram pela situação desesperadora quando o primogênito da família, Lucas, se perdeu na praia da Enseada. A mulher se distraiu na hora de pagar por um picolé e, quando olhou para trás, não viu mais a criança. O menino, que na época tinha 2 anos, foi achado depois de 15 minutos, nos braços de uma senhora.
Depois do episódio traumático, Silva passou a observar inúmeros casos como o dele e decidiu ajudar outros pais. Em 2006, o homem criou o projeto Anjos do Verão, cujo slogan é: “Bata palmas para esta ideia”.
Desde que a rede de ação foi fundada, Rui e a equipe de voluntários já localizaram 1.200 crianças no litoral paulista e todas foram entregues aos pais. O empreendedor conta que, em um Carnaval em Santos (SP), ele e os ajudantes chegaram a encontrar 350 menores perdidos, número recorde dentro da causa.
Como o trabalho é filantrópico, a ação nas praias acontece com a ajuda de familiares e amigos de Silva. Enquanto aproveita o sol, o homem coloca o bandeirão dos “Anjos do Bem” na areia para curtir o sol e ficar de olho nos pequenos. Bombeiros, policiais e guarda-vidas ficam sempre em alerta e, caso encontrem crianças perdidas na praia, os profissionais as levam até os voluntários.
Este ano, Rui decidiu estender o projeto das praias do Guarujá para o Brasil todo. Pelas redes sociais e pelo número de WhatsApp (13)99148-5959, voluntários, banhistas e pais podem tanto informar, quanto encontrar uma criança que se perdeu.
Portanto, ao encontrar uma criança perdida ou pais desesperados procurando pelo filho, fale alto “Fulano (nome da criança) está perdido!”, bata três palmas e mande mensagem sobre o tipo de vestuário, características físicas e o nome da criança, caso ela já saiba falar, para esse número do aplicativo.
Saiba o que fazer
Outros alertas importantes e que devem ser executados imediatamente ao lidar com crianças perdidas na praia são:
♥ Não saia andando com o menor pela praia para procurar os responsáveis por ele. Isso gera desencontros entre criança, pais e profissionais de busca.
♥ Caso o método de bater palmas não funcione, procure ajuda profissional com bombeiros, policiais e guardas militares.
♥ Não entregue a criança para estranhos.
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