Tenho Câncer de Mama
01.10.14
Desirée Cristina Stupelli de Arruda
Mãe do Lucas de 2 anos
♥ “O choque inicial foi terrível! Eu só conseguia pensar que seria o meu fim!”
No fim de fevereiro de 2014, durante uma brincadeira, o meu filho caiu sobre mim. Naquele momento senti muita dor no seio direito, e ao apalpa-lo, senti um caroço. Confesso que fiquei um pouco assustada na hora, mas imaginei que não seria nada sério. Mesmo assim resolvi procurar uma opinião médica e o ultrasom diagnosticou um nódulo de 1,5 cm.
Comecei a realizar uma maratona de exames e procedimentos. Fiz a biópsia que diagnosticou um carcinoma ductal invasivo, grau 3 histológico (formação tubular) e grau 3 nuclear, em outras palavras, Câncer (CA) de mama. Fui encaminhada para um tratamento na Unicamp e com mais alguns exames, para a minha surpresa, encontraram mais um CA, só que agora na mama esquerda.
O choque inicial foi terrível! Eu só conseguia pensar que seria o meu fim!
Com um filho pequeno, isso me assustava muito, ele precisa de mim.
Naquela época eu estava cheia de planos, organizando a festinha de 2 anos do meu filho Lucas, imaginem como eu me senti? Mas tentei levar uma rotina o mais normal possível, continuei com o planejamento da comemoração e nem pensei em parar de trabalhar.
Em abril, faltando 5 dias para o aniversario do Lucas, fiz minha primeira sessão de quimioterapia. Tive alguns efeitos colaterais desagradáveis, mas não me deixei abater e, graças a Deus, correu tudo bem.
Um mês depois da quimioterapia comecei a ter queda de cabelos. Senti muito medo do meu filho me estranhar, de me ver careca, principalmente por que ele tinha o habito de dormir segurando o meu cabelo, mas fui surpreendida e, uma semana antes de eu raspar a minha cabeça, o Lucas começou a segurar no cabelo dele para dormir.
Ter câncer é muito assustador, mas nos faz enxergar o real significado das coisas e o que realmente importa nessa vida: família, filhos e amigos. Como é bom amar e ser amada!
Recebi muitas mensagens de carinho e amor que não imaginava, e isso me fazia sentir muito mais feliz e agradecida.
No inicio de setembro terminei as sessões de quimioterapia (foram 8 no total), e agora em outubro farei a mastectomia, que é a retirada total das mamas.
Essas, com certeza, são apenas as primeiras etapas desse processo. No ano que vem passarei pela reconstrução mamaria, e terei que monitorar a minha saúde com muito mais cautela. Em 5 anos espero receber a noticia da cura!
Acredito que a forma que se escolhe encarar o câncer faz toda a diferença no tratamento. Meu filho Lucas é a peça principal da minha motivação e alegria nessa luta, o que tem tornando esse processo todo mais leve.
Aprendi uma frase que transparece bem essa forma de encarar a doença:
“Câncer não é escolha, bom humor é!”
Espero que não somente durante o mês de outubro, mas durante o ano todo, mulheres e mamães se cuidem mais! Tenho lido muito a respeito do câncer e de como preveni-lo, e pelos meus estudos entendi que todo mundo pode desenvolver um câncer, pois todos nós possuímos células defeituosas e cabe a nós alimenta-las ou não. Eu levava uma vida muito desregrada, e hoje eu sei o quanto é importante se cuidar.
Portanto tenham uma alimentação saudável, pratiquem exercícios, façam os exames preventivos regularmente, usem filtro solar e aprendam a gerenciar mais o estresse, além de cuidar melhor dos sentimentos.
Um lindo Outubro Rosa para vocês!
Ah, estava me esquecendo, a boa noticia é que os médicos me disseram que em breve poderei engravidar novamente!
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