Sou mãe e professora, totalmente realizada
15.10.2013
Â
CÃntia Martinazzo
Mãe do Luca (3 anos)
♥ Sempre quis ser professora e hoje dá aulas na mesma escola em que seu filho estuda
Tudo começou quando eu ainda era criança, minha brincadeira favorita era “brincar de escolinha” onde eu, lógico, era a professora. O tempo passou e, no momento da escolha da profissão, não tive dúvida alguma: PROFESSORA.
Amo o que eu faço e sou completamente realizada como profissional, colher o resultado do que plantamos durante todo o ano, ver o sorriso de cada criança, mergulhar na imaginação juntamente com os pequenos, ver cada rostinho feliz ao executar um trabalho, principalmente quando conseguimos fazer com que essas crianças demonstrem seu sentimentos e confiem em você para ajudá-los a superar.
Um exemplo bem legal aconteceu em uma das minhas turminhas este ano. O LOBO sempre foi o grande vilão, o aterrorizador, ao mesmo tempo em que gostam de ouvir histórias com este personagem, o medo aflora a imaginação. Fui em busca de livros e inventei histórias em que o LOBO era bom e que ele também sente medo, ficou apavorado com o aparecimento do “monstro” Sullivan e o resultado foi mágico, as crianças explicando que o “Sully” é amigo e que o lobo não precisa ter medo. Hoje eles são nossos grandes e companheiros amigos.
Em 2010, ganhei o maior e melhor presente da minha vida, o meu amado filho LUCA e sempre tive a certeza e segurança de que ele iria para a escola junto comigo, isso ajudou muito em sua adaptação também, que foi muito tranquila.
Conforme ele foi crescendo, alguns conflitos começaram a aparecer dentro de mim, é um menino de personalidade forte, muitas vezes eu via algumas de suas atitudes que me angustiavam, me dava vontade de intervir, mas, eu não podia…
No inÃcio deste ano, ele demonstrou algumas atitudes em relação à s professoras que me entristeceram, ficava nervoso, e eu só tenho que agradecê-las por todo cuidado e olhar sensÃvel que tiveram para com ele. Para o Luca, era difÃcil me ver com outras crianças, me questionava porque eu tinha que ficar com o grupo e não com ele, isso me deixava de coração partido e dividido, comecei a me questionar até que ponto seria legal e positivo tê-lo junto de mim na mesma Instituição. As coordenadoras e professoras nos ajudaram muito e conseguimos chegar a um ponto de equilÃbrio, todos os dias converso com ele e digo que, se me encontrar pelo Instituto, pode vir me abraçar, conversar e depois retornar para sua turma. E assim tem sido.
Hoje, me sinto mais segura em tê-lo junto de mim aqui no Instituto Jacarandá, pois consigo separar a minha função de professora e de mãe, e que não há problema algum se ele vier me dar um abraço ou pedir para ficar um pouco comigo, ele é só uma criança de três anos e ainda tem muita coisa para aprender e entender e que eu, sim, preciso ser mais flexÃvel. Eu precisei aceitar que suas atitudes eram iguais as de qualquer criança: ciúmes. E que ter uma boa conversa, amor, carinho e sensibilidade para enxergar o que estava acontecendo, nos daria a plena certeza de que somos mais felizes. Todos os dias, ao acordar, após o “bom dia” vem: “Mamãe, eu vou pra escola?”, seguido de pulos e gritos de alegria.
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