“Pari de quatro, que nem bicho!”
18.09.17 – No fim de semana, recebemos as fotos do parto. Vê-las foi uma avalanche! Sensações muito misturadas vieram à tona, pois a cada imagem, uma narrativa do que vivemos foi se construindo e aqui estou, sentindo tudo de novo. Lá no fundo, na memória dos ossos se abrindo, dando passagem pro milagre: Pari de quatro, que nem bicho!
“Pari de quatro, que nem bicho!”
Alda Maria
Mãe do Theo
♥ “Theo coreografou a grande dança, nossa dança ilÃaca, e juntos rebolamos as dores de nascer “
No fim de semana recebemos as fotos do parto e vê-las foi uma avalanche. Sensações muito misturadas vieram à tona pois a cada foto uma narrativa do que vivemos foi se construindo. Aqui estou, sentindo tudo de novo, lá no fundo, na memória dos ossos se abrindo, dando passagem pro milagre.
Sem dúvida, a concepção, gestação, parto e amamentação de Theo são as experiências corporais mais intensas de minha vida. Tantas performances, espetáculos, coreografias e temporadas exaustivas, hehe, ficaram todos no chinelo!! Na noite do parto, deixei-me ser dançada pelos deuses sem Deus, aqueles que não cessam de brotar em tudo que é vivo, e numa luta atroz com o mundo sutil, Theo coreografou a grande dança, nossa dança ilÃaca, e juntos rebolamos as dores de nascer numa experiência estética ética polÃtica e metafÃsica sem precedentes para mim.
Na batalha por um Parto Humanizado, antes de mais nada, tive que ultrapassar meus próprios limites, meus medos, medos de “mulher ocidental moderna”, medos da razão, medo da dor e da morte. Mergulhei no escuro das esferas mais sutis de meu corpo e fiz corpo com a terra e suas águas. E nesse transe que é nascer, naquela noite, conduzida por Theo, fui lançada no umbigo dos limbos, e como pude ver nas fotos, pari de quatro que nem bicho, fui parar num lugar sem idade ou tempo, onde reside o sagrado, onde corpo e alma se lambuzam. Vendo as fotos também lembrei das primeiras palavras que disse a Theo, foi algo do tipo: “bem-vindo filhote, o mundo é lindo e vocês serão grandes amigos”.
No dia 12 de julho não foi só Theo que nasceu, nasceu um pai e uma mãe dentro de nós e isso tudo é muito novo, estamos aprendendo muito os três juntos, na delÃcia e nos chamegos de nosso pequeno filósofo de fraldas. Me sinto completamente apaixonada, e claro, completamente atrapalhada, rs! Mas, mais do que tudo, quando estou com Theo nos braços me sinto plena, satisfeita, inteira, assim meio “zen”… E viva os hormônios!! Com olhos marejados agradeço a existência deste espaço de diálogo e troca, muito grata mesmo! Estou muito emocionada e precisava compartilhar, expressar e tornar sensÃvel em palavras todo esse jorro de vida.
Fotos: Instinto Fotografia e Filme
Pari de quatro que nem Bicho
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