Minha irmã amamentou minha filha
13.02.2015
Janaína Magalhães
Mãe da Maria Fernanda de 3 anos.
♥ “A dor de ter que me separar dela sinto até hoje!”
Minha irmã amamentou minha filha – Maria Fernanda nasceu de 34 semanas. Nasceu um mês antes do esperado, mas com a Graça de Deus, veio super saudável, pesando exatamente 3 quilos.
Ficamos 3 dias no hospital, o que é normal quando se faz cesárea. Tivemos alta e ambas estávamos passando bem. No dia seguinte após a saída da maternidade, comecei a ficar muito inchada e tive que retornar ao hospital para tomar uma injeção de diurético. Passado uma semana amanheci com muita dor nas costas, fui ao médico e sai de lá e fui direto para o hospital. Foi nesse momento que começou o meu sofrimento.
Em menos de 10 dias passei por 2 procedimentos cirúrgicos: o parto e a cirurgia para retirada de pedra no rim. Nessa primeira internação, a Maria Fernanda pode ficar comigo no hospital, pude amamentá-la normalmente. Um dia após minha alta, comecei a passar muito mal, com dores e febre alta.
Retornei ao médico e ai tive a pior noticia do mundo: estava com uma forte infecção e correndo risco de vida. Fui internada novamente, mas desta vez, minha pequena não poderia ficar comigo. (já estou chorando só de lembrar). A dor de ter que me separar dela sinto até hoje. O médico entrou no meu quarto e eu estava amamentando-a. Ele me disse que não poderia mais amamentar até o término do meu tratamento, pois os remédios eram extremamente fortes.
Meu desespero foi o maior do mundo, nunca tive uma dor tão forte e tão intensa quanto aquela de ter que me separar da minha pequena por 7 dias e principalmente, por não poder amamentá-la.
Entrei em desespero quando minha irmã saiu com ela nos braços de dentro do hospital, minha reação foi de chorar. Chorava eu, meu marido, minha mãe e as enfermeiras que me acompanhavam.
Minha irmã mais nova, Jussara, também tinha um nenê, na época com 10 meses. Começa então a outra parte mais linda e maravilhosa de tudo isso. Minha irmã começou a amamentar minha pequena. Minha dor nesse momento tinha se transformado em felicidade e agradecimento por ela estar alimentando meu bebê.
O meu medo era de não poder amamentar e ela precisar tomar leite em fórmula. Sempre sonhei em ser mãe para poder amamentar, ter esse momento único de plenitude, carinho e amor com ela. A Jussara foi minha salvação, minha luz, a parte de mim que não poderia estar naquele momento com a minha pequena.
Enquanto permanecia no hospital, a Fefê ficou “morando” com minha irmã. Meu marido passava o dia trabalhando em Campinas e a noite voltava p/ Mogi Guaçu para ficar com nossa pequena, para dar banho e ajudar minha irmã a cuidar dela. Ele dormia no sofá do apartamento e quando a Fefê acordava durante a noite para mamar, o Má ia lá bater na porta do quarto para acordar a Jú para dar de mama.
Ela é a tiamãe de leite da minha filha, devo minha vida, minha gratidão e todo o meu amor por essa minha irmã guerreira, que além de amamentar o pequeno dela, amamentou a minha pequena também. E até hoje, eu choro de lembrar da dor da separação e da felicidade em saber que minha filha estava sendo alimentada da forma que sempre sonhei. Voltei a amamentar a Maria Fernanda um dia antes de ter alta do hospital, minha alegria foi a maior do mundo e com isso, pude amamentá-la até seus 2 aninhos!!
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