Meu filho não acredita em Papai Noel
09.12.2015 – A magia do Natal é vivida constantemente nessa época do ano, e a criançada se diverte com as cartinhas para o Papai Noel, as renas e trenós! O clima da fantasia, das luzes, da “neve” encanta não só os pequenos, mas os adultos também! Mas afinal, quando dizer que o Papai Noel não existe? Como agir quando surgirem os questionamentos? E se meu filho não acredita em Papai Noel?
Para entender um pouco mais como agir nessa fase, que pode ser mais precoce ou mais tardia, conversamos com a psicopedagoga Debora Corigliano:
Meu filho não acredita em Papai Noel
1) Por que é importante que a criança acredite no Papai Noel (e em outros personagens da nossa cultura)?
A fantasia, em determinada fase da infância, é saudável e contribui para a criatividade, imaginação e ajuda também no aspecto emocional, fazendo com que a criança lide melhor com a realidade. Muitas vezes é através do “faz de conta” que a criança expressa o que está sentindo e o que gostaria de ter ou fazer.
2) Qual a idade que a criança começa a questionar a existência do Papai Noel?
Por volta dos 6 aos 8 anos, a criança começa a ter uma maior noção das ações do mundo real e oscila entre a fantasia e a realidade. Ao mesmo tempo ela quer receber o presente do Papai Noel e quer também mostrar que já cresceu!
3) Porque esse questionamento surge nessa idade?
A criança passa a perceber a diferença entre a realidade e a fantasia, ela está na fase da dedução, das hipóteses, de confirmar tudo o que é dito. É a fase em que a criança passa a entender as regras de um jogo e a faz valer intensamente. Cobra dos pais, por exemplo, quando passam em um sinal vermelho.
4) Como esse questionamento acontece?
A criança vai percebendo que algumas informações não conferem. Percebe que há vários Papais Noeis nos shoppings, o presente que pediu na cartinha, não vem, o presente pedido chega antes ou é entregue por um tio ou outra pessoa, etc.
5) Como os pais devem conduzir quando seus filhos começam a desconfiar? Devem incentivar a fantasia ou falar a verdade?
O melhor é deixar que a criança comece o questionamento sobre este assunto, pois esta descoberta é um exercÃcio de dedução e racionalização que aos poucos irá prepará-la viver a realidade. Um sinal nÃtido que chegou a hora de falar sobre isto, é quando a criança além da dúvida apresenta argumentos reais que comprovem a não existência do Papai Noel. Quando isto acontecer, não vale a pena insistir na fantasia e sim orientá-lo para o caminho da verdade.
6) Quando os amigos da escola dizem que o Papai Noel não existe, como o professor deve se posicionar quando está diante das duas crianças (uma que acredita e outra que não)?
Essa é realmente, uma situação muito delicada. A professora pode seguir o caminho do respeito. Que as pessoas tem opiniões diferentes e que as devemos respeitar. Ela pode também argumentar, que o Papai Noel só existe para quem acredita, assim como outros personagens, e que tudo bem, não acreditar, mas o mais importante é respeitar a crença do amigo. Ela pode também seguir o caminho da escolha pelo time de futebol, falando que cada um torce por um time e que devemos respeitar a escolha um do outro.
7) Muitos pais se sentem culpados por “mentir” aos seus filhos para estimular essa fantasia. O que você diria a eles para aliviar essa culpa?
Um começo saudável é dizer que nunca tiveram a intenção de enganá-los, que assim como aconteceu com eles, e foi muito bom, eles quiseram proporcionar ao filho este momento mágico. E que embora o Papai Noel não exista fisicamente, simbolicamente é importante cultivar a magia do Natal e neste momento coloque os valores que sua famÃlia tem nesta data comemorativa.
8) Como os pais devem agir caso o filho fique bravo com o fato dos pais terem mentido?
Uma boa estratégia, caso tenham crianças menores na famÃlia, é pedir que ele guarde segredo e passe a ajudar a organizar as brincadeiras de Natal para os pequenos. Neste momento ele perceberá qual foi realmente a intenção dos pais, e quanto importante foi para ele viver este momento da magia do Natal.
Vale ressaltar que a intenção dos pais, não é a mentira com o objetivo da enganação e sim pelo interesse em ver o filho tendo a oportunidade de viver este momento de fantasia. É aconselhável também contar sua própria experiência, focando o lado bom da história, sem ressaltar, caso tenha acontecido, traumas ou brigas familiares!
9) Para ganhar a confiança de um filho, escutamos sempre que nunca devemos mentir. Estimular essa fantasia vale a mentira?
Essa é a escolha que cada famÃlia deve tomar, eu conheço pais que optaram por sempre dizer a verdade, tirando qualquer possibilidade de fantasia ou imaginação e seus filhos cresceram felizes e sem traumas. Acredito que este assunto deve ser muito conversado entre os pais, para que a decisão tomada,seja ela qual for, venha para harmonizar a famÃlia e não causar traumas ou brigas entre