Maternidade e solidão
09.01.2014 – Maternidade e solidão: Será a solidão da maternidade causada mesmo pela maternidade? Ou será que apenas tomamos consciência disso quando realmente paramos, saímos de nossa vida tão atarefada?
Sinto que essa solidão só fica mais clara quando não temos mais os papéis que costumávamos ter, como a mulher forte que sai de casa todos os dias para trabalhar. No trabalho, temos muitos problemas… Mas somos abastecidos, somos necessários. Trocamos emocionalmente com outros, somos vistas, podemos colocar maquiagem e ter uma “desculpa” para ficarmos mais bonitas.
Ao deixar sua carreira de lado, a pessoa fica bem mais vulnerável. Sofremos por não termos mais o reconhecimento das pessoas, por não mais nos sentirmos úteis. Marido sai pra trabalhar e volta tarde, e ficamos sozinhas… Com nossa solidão.
Maternidade e solidão
Quando temos um filho, é talvez o único momento em que saímos da “maratona”, da loucura do dia-a-dia e passamos a ter tempo para olhar para nós mesmas.
E podemos não gostar completamente do que vemos. Nos sentimos sozinhas e com sentimentos não tão agradáveis. E isso nos causa medo, insegurança. “Todas as outras pessoas estão trabalhando, saindo, se relacionando, e eu estou aqui, sozinha”.
O neném primeiramente só chora, machuca nosso peito ao mamar quase que o dia todo, nos cansa por não mais conseguirmos dormir ou descansar, cansa trocar fraldas o dia todo. E descobrimos que não somos mães ainda. Não como achamos que nossas mães são.
Achamos que elas nasceram mães, já sabiam de tudo ao nascer. Mas não é bem assim. Elas também sentiram medo e solidão, só que talvez nem se lembrem disso. Mas elas sabem o quanto é difícil essa nobre tarefa da maternidade. É uma tarefa muito solitária, ninguém por perto para conversar, para nos ajudar, para trocar um sorriso.
Nos achamos os piores seres do planeta por ficarmos extenuadas, desanimadas, sem energia com tanta tarefa nova em nossas vidas.. Os seios não são mais nossos e sim, de nossa linda cria. O sexo é estranho e a libido deixada de lado com a amamentação. Sofremos por não mais conseguirmos ter a liberdade de sair sozinhas ou com amigas ou pegar um cineminha para namorar.
Mas, com o tempo, vamos descobrindo um amor florescer. Um amor que nunca sentimos igual na vida, talvez. Que ultrapassa dimensões (nosso egoísmo) e nos faz melhores, mesmo que seja com momentos sofridos. Um amor que não tem palavras e que nos faz levantar da cama ao ouvir um chorinho todos os dias de manhã e começar o dia feliz porque você está com um convidado divino em sua casa “temporariamente”, então, abraçamos o esforço de fazer o melhor possível, mesmo que tenhamos que passar o dia todo sozinhas.
Descobrimos que não há amor maior no mundo!!! Eu e minha TinkerBell…
Então acho que a solidão não é da maternidade. Ela é da vida. E ainda sim, descobrimos o quanto somos FELIZES, pois somos mães!!!
“Somos ímpares, porém em pares”…
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