Hora da refeição – Revista A3 edição Março

Hora da refeição - Revista A3 edição Março

Você come aquilo que você pede para o seu filho comer?  – Revista A3 – Ed Março 2015

Revista A3: Edição nº 22 (Março e Abril de 2015)

Título: Você come aquilo que você pede para o seu filho comer? 

Texto: Polyana Pinheiro, mãe do Miguel (4 anos) e Murilo (7 meses)

Hora da refeição – Revista A3 edição Março

Eu amo chocolate. Marido adora um açaí. E Miguel tem tara pelos dois.
Eu tenho prazer em cozinhar. Miguel adora me ajudar.
Marido é viciado em futebol. Miguel é apaixonado pelo esporte.

Você já parou para pensar que a forma como lidamos com a vida, as nossas manias, nossos hábitos, a maneira que agimos em público é um reflexo para os nossos filhos?

A cada dia me conheço um pouco mais quando observo Miguel. De repente ele fala alguma coisa e eu me vejo pensando: “será que eu sou assim?”

Outro dia meu coração encheu-se de alegria quando acordei e vi que Miguel tinha montado a mesa do café da manhã. Está certo que uma bandeja de legumes picadinhos e pratos grandes com garfo e faca não combinavam muito com a refeição do momento, mas o que importa foi o motivo dele ter feito aquilo, por pura vontade e por exemplo.

O mesmo acontece com alimentação dos nossos pequenos e o meu objetivo de hoje é trazer uma reflexão: Você come aquilo que você pede para o seu filho comer? Esse assunto entrou em pauta novamente aqui em casa pois meu filho mais novo, o Murilo, está na fase da introdução alimentar e eu parei para refletir que por mais que eu me esforce para oferecer de tudo um pouco, principalmente aqueles alimentos que torço o nariz (já que nessa fase descobrimos que existe cará, chicória e catalônia no mercado rs), de nada adiantará se esses alimentos não fizerem parte da minha rotina, do meu paladar. Então eu não posso resmungar que meu filho não come legumes se ele nunca me ver comendo um, estou certa?

Acredito que na infância temos “mania” de torcer o nariz para a cor, o cheiro ou a forma do alimento e acabamos levando esse comportamento para o futuro. Eu só fui redescobrir a pêra com 16 anos graças a uma amiga, porque até então eu tinha certeza que detestava essa fruta. (abafa!!! rs). Descobri então que o segredo pode estar na nossa maturidade de sempre provar novos alimentos, de tempos em tempo, afinal cada mão um tempero, um jeito, uma forma diferente de prepará-lo. Por conta disso, tento mostrar para o Miguel a importância de experimentar diversas vezes o mesmo alimento, que claro, apenas de olhar alguns ele diz que não gosta, mesmo que nunca tenha provado. E o primeiro passo está em motivá-lo a colocá-lo na boca, sem culpa e sem promessa de gostar, mas incentivando-o a degustar e, muitas vezes, junto comigo, em uma brincadeira, como se fosse a primeira vez.

Aqui em casa, sempre que possível, eu sigo algumas dicas que aprendi:

– Cozinho junto com Miguel, penso que ao observar o preparo e colocar a mão na massa comigo, sua vontade de comer o prato pode ser maior, além do incentivo de que ele cozinhou aquela refeição (ou qualquer outra coisa) gostosa.
– Coloco a família toda na mesa em pelo menos uma refeição no dia,  longe da TV ou celular
– Tento deixar os pratos apresentáveis e com muita cor para dar vontade de provar
– Mesmo que Miguel não queira a salada (por exemplo) eu corto e deixo-a no prato dele. Foi dica de uma nutricionista que disse que o paladar da criança muda diariamente e deixá-la a disposição pode motivá-lo, com o tempo, a gostar.
– Ele sem dúvida alguma visualiza diariamente o que eu e meu marido comemos, e isso passa a ser um exemplo, mesmo que subliminar

Não somos obrigadas a gostar e comer alimentos que não gostamos! Por um outro lado queremos que o nosso filho tenha uma alimentação saudável e rica em nutrientes que muitas vezes são ausentes do nosso “cardápio de pais”. Então que tal estar aberta a sempre redescobrir? Eu dou para ele experimentar novos alimentos e ele me ajuda a descobrir novos sabores. Quem sabe assim (juntos) não evoluímos nossas escolhas?

 

Hora da refeição - Revista A3 edição Março

Polyana Pinheiro

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