Como identificar o melhor repelente contra a dengue?

Como identificar o melhor repelente contra a dengue?

05.03.2015 (atualizado em 24.04.19)

A dengue representa um grave problema de saúde pública na nossa região: a projeção é de aproximadamente 10 mil casos segundo a secretaria de saúde de Campinas.

Ações que impedem a proliferação do Aedes aegypti (transmissor da doença), como a limpeza de calhas, caixas d’água, pneus, vasos de planta, entre outras, são importantes, mas, além disso, é necessário saber se prevenir contra a picada do mosquito. Uma das maneiras de prevenção é o uso do repelente adequado. Confira a seguir como identificar o melhor repelente contra dengue:

Repelentes:

Os repelentes são produtos que quando aplicados sobre a pele, roupas e superfícies previnem a aproximação de insetos, porém, devem ser passados acima dos protetores solares.

Para o professor Dr. Carlos Fernando Salgueirosa de Andrade, do Instituto de Biologia da Unicamp, os repelentes confiáveis contra o mosquito da dengue possuem pelo menos um desses três compostos ativos:

– Icaridina (esse sendo o mais indicado pela Organização Mundial de Saúde)

– DEET

– IR 3535

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De acordo com o médico sanitarista André Ribas Freitas, da Vigilância da Saúde de Campinas, os repelentes que possuem os compostos citados são a única forma realmente eficaz para a prevenção das picadas do mosquito da dengue.

No entanto, é preciso atentar-se para as especificações: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda o uso de repelente somente em crianças a partir de dois anos de idade. Em crianças de 2 a 12 anos a aplicação deve ser restrita de no máximo três vezes ao dia e, para gestantes, somente com recomendação médica.

A médica pediatra Silvia Castilho, não recomenda o uso de repelente diariamente. Para ela, o produto deve ser usado em situações esporádicas: “Para as mães que frequentam o meu consultório recomendo repelentes apenas em ocasiões pontuais, como um dia de pesca. As mães ficarem atentas às recomendações para a prevenção do mosquito da dengue com certeza é a melhor forma de prevenir a doença.”, explica.

Para bebês e crianças abaixo de dois anos, o mais recomendado é o uso de mosquiteiros, cortinados e telas de proteção nas janelas.

Técnicas naturais são eficientes?

Segundo o professor Dr. Carlos Fernando Salgueirosa, técnicas alternativas como o uso de própolis, solução com cravos, vitamina B12 e pulseiras de citronela possuem eficácia mínima, pois não inibem a percepção da fêmea do mosquito Aedes aegypti a substâncias atrativas para ela, como o suor, o CO2 e o ácido lático que exalamos.

No caso da pulseira, por mais que esteja “protegendo” o tornozelo na criança, por exemplo, outras partes do corpo poderão ser picadas devido ao nosso “cheiro característico”. Já em relação à vitamina B12, podemos dizer que seu poder repelente é muito particular, ou seja, varia de pessoa para pessoa. Sendo assim, não há como garantir a eficiência necessária para afastar o mosquito.

Saiba mais sobre a Dengue

A pediatra Silvia Castilho lista a seguir algumas informações essenciais sobre a doença.

Como a dengue pode ser transmitida?

A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito da gênero Aedes aegypti que esteja infectada pelo vírus da dengue. Esta fêmea do mosquito permanece infectada por toda sua vida (de 6 a 8 semanas), mantendo o ciclo de infecção homem-mosquito-homem.

Quais os sintomas da dengue?

Trata-se de uma doença febril aguda, causada por um dos quatro tipos do vírus Dengue (1, 2, 3 e 4), que se manifesta desde quadros leves, sintomas clássicos, até formas graves, que podem evoluir para o óbito. A doença não poupa ninguém. Acomete tanto crianças como adultos.

Em geral, após 4 a 10 dias da picada surge a primeira manifestação da forma clássica da doença, que é a febre alta (39 a 40 °C) de início súbito, com duração de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça (cefaleia), dores no corpo (mialgia) e articulações (artralgias), prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas na pele (exantema) e coceira (prurido cutâneo), além da diarreia, enjoos (náuseas) e vômitos.

Na criança, a fase febril inicial da doença pode ser confundida com outras doenças febris (como gripe, sarampo, rubéola, etc.), e, portanto, sempre que possível ela deve ser avaliada e acompanhada por um pediatra.

Como reconhecer a forma grave da doença?

No período de diminuição ou desaparecimento da febre, geralmente entre o 3º e 7º dia da doença, a maioria dos casos irá evoluir para a cura. No entanto, cerca de 10% dos casos podem apre

sentar sinais de alarme, que indicam evolução para a forma grave da doença, que são: dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; acúmulo de líquidos no abdômen, pulmões e coração (ascite, derrame pleural e derrame pericárdico); sangramento de mucosas (nariz, gengivas); sonolência ou irritabilidade; sensação de desmaio, tonturas.

O que fazer na suspeita de dengue?

Procurar o atendimento médico para a avaliação clínica, que norteará a solicitação dos exames (de sangue ou de imagem – RX de tórax, ultrassonografia) e orientação das medidas gerais, como a ingestão aumentada de líquidos (água, sucos, soro ou água de coco) e os medicamentos sintomáticos. Na presença de sinais de alarme, procurar imediatamente atendimento em unidade de urgência e emergência ou hospital.

Existe medicamento específico para combater ou prevenir a doença?

Ainda não existem medicamentos específicos ou vacinas para prevenir a doença. É importante seguir as recomendações médicas, evitando a automedicação, principalmente os medicamentos à base de ácido acetil salicílico (AAS), e de outros anti-inflamatórios.

Quais as medidas de controle da dengue?

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Aedes aegypti

Como o período de maior transmissão coincide com o verão e o início do período de chuvas, época em que os fatores climáticos favorecem a proliferação do mosquito, as medidas de controle da doença se baseiam na redução da quantidade de mosquitos.

Para isso precisamos tomar as medidas preventivas como: manter nossos domicílios limpos, eliminar os possíveis criadouros, ou seja, os locais que acumulam água, pois o mosquito precisa de um ambiente com água para se reproduzir. Isso inclui a limpeza de calhas, a verificação de que as nossas caixas d’água estão totalmente fechadas, retirar os pratinhos dos vasos, bem como recolher qualquer sucata que possa se tornar um criadouro.

Fonte: Pediatra da sociedade brasileira de pediatria.

 

 

 

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