A caixa do bebê – De mãe para filho
Mariana Bellucci de Almeida
Mãe do João Pedro e Guga
♥ ” Acredito que sentirão a mesma emoção que eu sinto ao abrir as caixas, uma ou duas vezes por ano…”
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13.10.2015 Numa caixa, um bebê! E então deu positivo. Estava dentro de mim a criança que pedi tanto a Deus. Ali, quieta e quente, descobri na criança UM bebê.
A Caixa do Bebê
Levou João do avô e Pedro de mim mesma! João Pedro passou bem na gravidez engordando comigo os 25kg (não conta para ninguém!). E passou momentos difÃceis também: um acidente de carro aos 7 meses (esmagadinho entre meu corpo e a direção do carro) e ao aneurisma cerebral da Bisa Célia, minha ‘mãe’, 14 dias antes dele vir ao mundo.
Bisa resistiu e saiu do coma, no mesmo dia em que João Pedro nasceu, no mesmo hospital. FamÃlia em festa, duplamente! Nascimento e renascimento. João foi crescendo, lindo e fofo – como todos os nossos filhos! Uma criança ruiva de olhos abusadamente azuis. Cada momento dessas coisas fofas, e choronas, sabemos, é um acontecimento!
Decidi então descrevê-los, todos, no livro que ganhamos durante a gravidez. Aqueles livros sobre tudo do bebê, sabem?! Preenchido a mão, o livrinho traz nome, data de nascimento, peso e altura, primeira mamada, primeiro corte de unha, cabelo. Primeiro dente. Madrinha e Padrinho. Primeira palavra dita, primeiro corte de cabelo, brinquedos favoritos, etc. Tudo que a gente sabe que vai lembrar para a vida inteira – mas eles não!
E então tive a ideia de tirar tudo do livro, e da minha memória, e compartilhar com ele de maneira sensorial: visualmente, no toque, no cheiro, no barulhinho… Na Sua Caixa (assim a chamamos) temos tudo de mais importante do seu primeiro ano de vida: as etiquetas da maternidade, o umbiguinho (seco esturricado), os cachos do primeiro corte do cabelo ruivo, o chocalho preferido, livrinho e vela do batizado, bilhetinhos de pessoas queridas e outras coisinhas, além, é claro, do livrinho escrito a mão!
“Decidi guardá-la e entregar a ele, se Deus me permitir, no dia em que seu primeiro filho nascer.”
João Pedro fez 11 anos em setembro, dia 15, e nem sonha com a existência desta caixa. Decidi guardá-la e entregar a ele, se Deus me permitir, no dia em que seu primeiro filho nascer. Guga, o menor, tem a mesma caixa, com as mesmas coisas, com o mesmo carinho, com a sua história! E também receberá esse presente quando for pai.
Acredito que sentirão a mesma emoção que eu sinto ao abrir as caixas, uma ou duas vezes por ano…
E espero que façam o mesmo com seus pitucos! Assim o amor ganha infinitude.