Atenção aos brinquedos com ruídos
19.12.2013 – Natal chegando, listas das crianças com pedidos para o Papai Noel, listas do Papai Noel nas mãos dos pais, avós, tios… Mas muitas, vezes os pais precisam ajudar os pequenos a fazerem pedidos adequados à sua idade, ao espaço disponível na casa, à disponibilidade orçamentária dos pais e, principalmente, à segurança do brinquedo.
Desde 1998, todos os brinquedos fabricados ou vendidos no Brasil devem, obrigatoriamente, conter o selo do Inmetro que certifica a segurança dos brinquedos. O selo só é concedido se o brinquedo for aprovado em todos os ensaios aos quais for submetido. Um deles é o nível de ruído do brinquedo. Pelas normas atuais, ele não deve exceder 80 dB no caso de ruído contínuo, ou 100 dB para ruídos instantâneos.
No entanto, nem mesmo o selo do INMETRO garante que o brinquedo adquirido seja totalmente seguro para a audição e para o conforto auditivo da sua família. As normas americanas, por exemplo, acrescentam que brinquedos que são destinados a serem usados próximos do ouvido (como telefones de brinquedo) não devem exceder 65 dB quando medido a 50 cm de distância. E, além da criação de normas e fiscalização de órgãos federais, como o INMETRO e o IPEM (Instituto de Pesos e Medidas), é fundamental que os próprios pais atuem conscientemente em defesa da segurança das crianças.
Nos Estados Unidos, algumas associações contribuem para a conscientização de fabricantes, consumidores e gestores. Em relação ao ruído emitido pelos brinquedos, a Sight & Hearing Association’s Noisy Toys List de 2012 indica que o ruído do “Boneco Toy Story Buzz Lightyear que fala” chega a 111 dBA quando a medição é feita diretamente na saída sonora do brinquedo, e a 81,6 dBA a 25 cm de distância do boneco. Já a “Caixa de Correio Aprender e Brincar”, da Fisher Price, produz um ruído de 113,9 dBA na saída sonora e 91,5 dBA a 25 cm do brinquedo (lista de 2009). A exposição a sons de mais de 112 dB não é segura nem por 30 segundos! Isso é especialmente alarmante se considerarmos que crianças, especialmente as menores, tendem a brincar no chão, muito próximas aos brinquedos, e não se cansam de acionar os comandos sonoros. Vale A pena conferir também o relatório sobre a segurança dos brinquedos, feito pela U.S. Public Interest Research Group.
Dicas na hora de comprar um brinquedo
– Não compre produtos no comércio informal pois, na quase totalidade dos casos, são produtos irregulares, falsificados e não foram avaliados pelo INMETRO.
– Na loja, teste todos os botões sonoros do brinquedo por 5 minutos. Se o brinquedo soa barulhento para você, ele provavelmente é mesmo muito ruidoso para a criança.
– Você pode usar alguns aplicativos gratuitos de medidores de pressão sonora para tablets e smartphones. Embora não sejam equivalentes às medidas dos ensaios, essa é uma ferramenta útil para dar uma noção aproximada no nível de ruído gerado pelo brinquedo.
– Se for comprar brinquedos sonoros, dê preferência aos que têm botão de volume.
– Se seu filho(a) ganhar um brinquedo barulhento, coloque fitas adesivas transparentes sobre a saída do som no brinquedo. Essa é uma medida bastante efetiva em quase todos os casos. Se necessário, remova as pilhas do brinquedo.
– Se encontrar irregularidades nos brinquedos, denuncie ao Instituto de Pesos e Medidas (IPEM) de seu estado ou entre em contato com a Ouvidoria do INMETRO, pelo telefone 0800-285-1818 ou pelo e-mail ouvidoria@inmetro.gov.br.
Keila Knobel
– Fonoaudióloga
– Pesquisadora e Divulgadora Científica
– Atualmente, desenvolve um programa de redução da poluição sonora em escolas
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