É necessário dar polivitamínicos para crianças?
27.07.2015- É muito comum no consultório receber mães preocupadas dizendo: “meu filho não come”, “não engorda”, “é muito magrinho” etc., solicitando “vitaminas para engordar” ou “vitaminas para abrir o apetite”.
Mas será que é necessário dar polivitamínicos para crianças?
Primeiramente gostaria de lembrar que tanto a falta como o excesso de vitaminas podem ser prejudiciais à saúde. Muitas vezes uma vitamina suplementada sem orientação médica pode ser acumulada no organismo e se tornar tóxica ou simplesmente ser excretada na urina e não ter nenhuma função.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, existem fases da vida da criança em que é necessária uma suplementação, com orientação médica, para prevenir doenças comuns em determinadas faixas etárias. Nos dois primeiros anos de vida é feita uma suplementação de vitamina A (que tem importância fundamental na saúde dos olhos), vitamina D (envolvida no metabolismo ósseo) e ferro (para prevenção de anemia). As crianças também devem ser expostas ao sol para que se processe a formação endógena de vitamina D.
As mães que estão amamentando e apresentam baixa ingesta de vitaminas ou dietas não convencionais (como as vegetarianas) também devem receber uma suplementação específica.
O flúor será suplementado através da ingesta de água fluoretada.
Após o sexto mês de vida o uso de leite materno exclusivo não é suficiente para suprir todas as necessidades nutricionais da criança, sendo necessária a oferta de alimentos complementares como frutas e papas. Uma papa “padrão” já vai suprir todas as necessidades através de carne, cereais, tubérculos, leguminosas e hortaliças.
A partir do segundo ano de vida a maior facilidade de exposição ao sol e a alimentação mais variada, tornam, em geral, a complementação vitamínica desnecessária.
Em uma avaliação médica de rotina, é possível investigar a história alimentar da criança e revelar se existe uma ingestão inadequada de determinada vitamina ou mineral ou a manifestação clínica de alguma deficiência. Então, nestes casos, poderá estar indicada uma suplementação específica. Exames laboratoriais também podem ajudar neste diagnóstico.
Veja no quadro abaixo como oferecer as principais vitaminas necessárias na infância, através da alimentação:
Fonte: J.E. Dutra-de-Oliveira. Ciências Nutricionais. 2008
Você também pode querer ler: Meu filho não come