Disciplina positiva: sempre é tempo

12.09.2019 – Já falamos aqui dos benefícios que proporciona tanto para os adultos e principalmente para as crianças, usar a Disciplina Positiva. Você pode achar que agora não vale a pena mudar, mas sempre é tempo para mudar para melhorar a maneira como você vem educando o seu filho.

Uma mãe fala como viu que seria possível mudar a educação que vinha dando para seu filho e como a relação dos dois mudou nos últimos anos, devido seu empenho em estudar e aplicar as práticas da educação empática.

 

Cynthia Pedrosa. Mãe do João Pedro de 20 anos, Educadora Parental em Disciplina Positiva Certificada pela Discipline Positive Association e Organizadora de Eventos no Mães Amigas.

 

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Disciplina Positiva: sempre é tempo

Cresci apanhando. Esse era o modelo de educação na minha casa: autoritário, com muita surra e gritaria. Não significava que o amor não existia, ele estava lá, porém era expressado de maneira meio torta. Foi assim que meus pais aprenderam e sei que fizeram o melhor que podiam com as informações que tinham.

Quando me tornei mãe, segui o mesmo modelo. Costumo dizer que o João Pedro cresceu apanhando e cresceu mesmo…. Ainda  pequenininho, quando não queria dormir, sabe quando ficam “brigando” com o sono? Era só dar um tapa na bunda que chorava e dormia.

Para mim era muito certo que sem apanhar o filho não seria bem educado. Assim, segui com a criação do meu, batendo, gritando, ameaçando e amando.

Fase de adolescente

Quando ele tinha uns 14 anos, conheci uma amiga muito querida (Helenita Pazzetti) que mudou o rumo da minha vida como mãe, ela falava sobre disciplina positiva, pra mim era uma coisa muito distante, entretanto, com o tempo comecei a me questionar sobre essa criação tão autoritária, violenta e cheia de gritos que eu exercia.

Ele estava na adolescência e os desafios estavam ficando maiores. Eu sentia que cada vez mais ele se afastava e isso já é normal nessa fase, mas com o modelo de comunicação que (não) tínhamos, estava piorando tudo.

Em um dia mais pensativo, imaginei que tipo de relacionamento eu queria ter com meu filho, quando ele tivesse, sei lá… 20 anos. Quando ele sair de casa, casar, tiver os próprios filhos? Eu queria que meu filho, quando crescesse e saísse de casa, quisesse voltar. Queria que ele não achasse um saco ter que ir visitar a mãe e o pai, que não fosse uma obrigação. Eu queria ter um relacionamento com ele.

A mudança começou

Ele tinha quase 15 anos e decidi que bater não seria mais um recurso usado em casa e foi bem desafiante. Meu marido não concordou, também viveu esse modelo de autoritarismo e o João Pedro não entendeu bem o que era, cresceu apanhando, então pra ele, apanhar era amor, apanhar era atenção.

De lá pra cá foram 6 anos de muita aprendizagem, minha e dele. Fui estudando e aprendendo mais e mais sobre disciplina positiva e entendendo sobre uma educação respeitosa, empática, olhar para seu filho e ver que ele é uma pessoa, independente da idade.

Buscando mais conhecimento

Em julho desse ano fiz minha certificação em Disciplina Positiva e hoje sou Educadora Parental com certificação Internacional pela Discipline Positive Association e isso é muito importante para mim, uma conquista mesmo.

Tenho alguns ensinamentos que trago comigo, que considero essenciais:

– Nunca é tarde para mudar, se eu mudei você também pode. O amor pelo seu filho vai te dar força para seguir no caminho;

– Crie conexão com seu filho, demonstre e tenha interesse real pelo que ele se interessa. Deixe-o saber que você o ama independente do que ele faça, que o seu amor não esta vinculado ao bom comportamento ou a uma nota boa numa prova;

– É preciso estudar para ser pai e mãe, frase da Isa Minatel, quem eu admiro muito e hoje faz muito sentido para mim, então estudem, leiam se informem!!!

– Pratique o autocuidado, reservar um tempo para cuidar de você mesma, faz uma diferença enorme para sua saúde física, emocional e mental.

Texto escrito por Cynthia Pedrosa.

Revisado por Madame Conteúdo.

 

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