Criei o Feltrando Sentimentos, minha filha foi a inspiração

 

Patricia Fontainha
Mãe da Laura

“Eu costumo dizer que adultos, muitas vezes, acham que criança só tem que ser feliz… Afinal, elas só brincam […] Nunca as subestime sejam elas positivas ou negativas. Sejam elas engraçadas, tímidas, zangadas”

 

 

Criei o Feltrando Sentimentos, minha filha foi a inspiração

Sempre fui uma mãe presente e que buscou trazer a arte para dentro de casa. Brinco que sou a maníaca dos tutoriais rs. Tanto que minhas amigas sempre me marcam em links do gênero. Aqui rola desde roupas de boneca de bexigas até reprodução de personagens em formato de boneco. Sou formada em comunicação social e nada tenho a ver com a arte manual, mas amo de paixão me aventurar nisso!

Sou mãe em tempo integral de uma menina de 5 anos que, mesmo tendo facilidade de se expressar e estar rodeada de muito amor e atenção, começou a verbalizar que se sentia triste. Como mãe eu tentava entender se aquilo era decorrente da idade ou se realmente havia algo de errado. Comecei a me angustiar e, óbvio, como toda mãe, me questionava como era possível uma criança cercada de amor, atenção e com uma família tão estruturada se sentir infeliz?

Quando percebi que eu não conseguia mais encontrar resposta, busquei ajuda especializada e, resumidamente, a resposta foi:

“crianças não são como adultos. Quando ela diz que se sente triste, não sabemos se o verdadeiro sentimento é este. Criança é lúdica, se revela nas brincadeiras”

Então, numa bela tarde de brincadeiras, entre bonecas e muita arte que amamos fazer juntas, reproduzi um personagem bem conhecido e adorado pela minha filha. Inicialmente foi uma carinha com coração, depois uma sorrindo e, por fim, uma triste. Minha filha amou e de forma muito lúdica, pegava as carinhas e dizia: “mamãe, estou com amor, agora estou feliz e as vezes me sinto triste também.”

Eu sempre digo que filhos nos exaurem na mesma proporção que nos inspiram! E num insight pensei “Por que não fazer um livro de sentimentos personalizado para minha filha, ou um calendário de sentimentos entre tantas outras opções?!”

E fiz! Fiz o livro, fiz o calendário, fiz jogo da velha. Fui fazendo! Atrás de cada carinha existe um velcro onde ela pode trocar seus sentimentos da maneira como os sente, e ela amou! Todos os dias, quando chega da escola, a primeira coisa que faz é correr até o calendário colado na geladeira (sim! eu usei imã para facilitar o acesso) e mudar o sentimento.

Amo rede social e acabo postando minhas peripécias de mãe por lá. Quando postei, inicialmente o livro e o calendario, a maioria das minhas amigas mães acharam a ideía sensacional. Choveu elogios e até pedidos de compra. Foi aí que comecei a pensar sobre algo comercial que juntava minha experiencia como mãe e profissional de comunicação social, o momento em que minha filha estava vivendo, os conselhos da psicologa que eu havia consultado e, ainda, os toques de uma querida amiga publicitária. E foi assim, de maneira muito despretensiosa que a Feltrando Sentimentos iniciou seus primeiros passos.

A primeira coisa foi pensar no nome! E sabe qual o significado de Feltrando Sentimentos? Feltrando é a junção de filtro de sentimentos com o feltro material predominante do meu trabalho. Já a escolha do layout das carinhas foi pensando que nossas crianças vivem, de forma intensa, na era tecnológica o que torna a linguagem atual, conhecida e adorada por elas. Que diga minha filha, que pega meu celular e manda pra família inteira rs. Numa segunda etapa mostrei o projeto para uma amiga pedagoga e outra psicologa a fim de saber se eu estava no caminho certo. Ambas se apaixonaram tanto pela didática simples como pelo resgate do trabalho manual o que, em dias atuais, está tão em falta entre nossas crianças sempre rodeadas de brinquedos industrializados (absolutamente nada contra, tenho muitos exemplares deles aqui rs)

Dizem por aí que tudo que se coloca amor dá certo. No meu caso eu coloquei corpo e alma também. Mesmo porque, inicialmente, não houve qualquer intenção de um novo negócio, mas acho que exagerei na dose de carinho e funcionou tal qual fermento de bolo, sabe? Em uma semana as ideias foram crescendo, crescendo, crescendo até que transbordou e virou isso tudo que você leu. E assim, de uma pequenina sementinha, a Feltrando Sentimentos foi crescendo, brotando e espera por uma linda colheita. E como diz Platão: “o começo é a metade do todo”.

Prazer, sou Patrícia Fontainha, tenho 40 anos, Relações Públicas de formação, esposa, mãe, dona de casa, amante da cozinha, apreciadora de moda, ansiosa por natureza e, agora, mesmo sem nunca ter pego numa agulha, iniciando um caso de amor com a costura.

Obrigada Laura, minha filha, por me inspirar! Saiba que seu livro e seu calendário serão guardados até a eternidade para que, um dia, com maturidade, você possa dimensionar o que tudo isso significou.

Eu costumo dizer que adultos, muitas vezes, acham que criança só tem que ser feliz. Afinal, elas só brincam, não precisam trabalhar, pagar contas ou pensar em problemas. Não! Cada qual com suas angústias e alegrias! Nunca as subestime sejam elas positivas ou negativas. Sejam elas engraçadas, tímidas, zangadas, medrosas, famintas, amorosas, duvidosas, tristes ou tediosas.

 

Visão profissional:

A melhor maneira da criança se expressar é através do lúdico. É mais fácil e natural para ela externalizar o seu mundo interno pelas brincadeiras. A criança não fala naturalmente sobre sentimentos, mas vivencia facilmente em suas brincadeiras, através da interação e da maneira “como” ela brinca. Eu entendo que, quanto mais eu expresso o que sinto, mais me conheço e posso saber o que é melhor para mim, ou seja, menos eu sofro.

Para nós, adultos, racionalizamos nossos sentimentos mas, para as crianças, a melhor maneira de ser compreendida é expressando de uma forma não verbal. Desse modo, quanto mais a criança expressa seus sentimentos e é compreendida, mais feliz e saudável emocionalmente ela tende a ser.

O Projeto Feltrando Sentimentos tem um papel importante nessa construção, pois é a forma lúdica da criança expressar sentimentos sobre o seu conteúdo interno, através de expressões, cores, frases, contextos colocados em forma de brincadeira.

Nas minhas duas visões de mãe e de psicóloga infantil, esse Projeto fez muito sentido. Eu já estou usando no meu consultório e também em casa, com as minhas filhas.

Psicóloga Ane Cardinalli

 

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