“Aqui na China, a população confia nas decisões governamentais”
31.03.2020 – Hoje compartilhamos o relato de Eduardo Oliveira (esposo de uma mãe amiga), expatriado na China, Diretor Industrial na Robert Bosch, que traz o seu olhar como brasileiro que vive na China. Ele fala principalmente sobre como lá na china, a população confia nas decisões dos governantes.
Como a China está com o caos da pandemia que se vai
Moro em Nanjing há quase 3 anos e meio, uma cidade de 8 milhões de habitantes, antiga província chinesa, localizada há 1h30 de trem bala de Shangai.
Por aqui o isolamento começou dia 23 de janeiro. Todos em casa, sem exceção. Penso aliás, que essa medida foi fundamental para que hoje, quase 2 meses depois, a vida volte a uma relativa normalidade. As empresas retomaram seus expedientes e o comércio reabriu, no entanto, todos ainda somos obrigados a usar máscaras em locais públicos e a medição de temperatura segue em todos os ambientes: empresas, restaurantes, hotéis e academias. Além disso, padarias e demais estabelecimentos reabriram com horário de funcionamento reduzido e as reuniões, mesmo internas, da empresa permanecem acontecendo via Skype.
Aos que chegaram na China nesse período, foi imposto 14 dias em casa e, depois disso, uma autorização especial do Governo para que retomassem suas atividades. Hoje no entanto, a fronteira do país está fechada. Mais uma medida de controle uma vez que os casos locais aqui estão praticamente extintos.
Quando analiso a situação do Brasil, a grande diferença se torna clara. Aqui na China, a população confia nas decisões governamentais, especialmente por conta das ações bem sucedidas do Governo em relação à população e o crescimento da China no decorrer dos anos. Por isso, quando a ordem é ‘fique em casa’, todo mundo fica. É importante levar em conta a questão cultural também, os chineses já não são dados a toques físicos em seus relacionamentos e isso, certamente contribui.
Desejo a todos, nesse período turbulento, paciência, resiliência. Que façam desse momento uma oportunidade de reavaliação das próprias decisões. É momento de se recolher.
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