Amigdalite em crianças: UNIVERSO POLYANA

14.09.2015 – Foram 3 dias sem comer absolutamente nada. Eu cheguei a chorar de desespero, de tristeza, de agonia, sei la…foram muitos sentimentos juntos! Afinal qual criança merece pegar uma amigdalite porreta igual a essa que Miguel pegou? Amigdalite em crianças deveria ser proibida por lei. To errada?

Amigdalite em Crianças

Na sexta feira perto do almoço meu telefone tocou. Era a escola das crianças. Meu coração já disparou…rs…acho que toda mãe quando vê o número da escola ligando diz “ai, a escola” e já atende naquele tom, esperando ouvir o pior. Miguel estava com 38,5 de febre! Pedi para medica-lo e disse que o buscaria mais cedo, logo que saísse da minha reunião.

Era véspera de um final de semana com feriado, viagem programada e muito esperada por Miguel. O danadinho vivia dizendo “Mãe vamos para um Hotel?” Pois bem, havia chegado esse dia. Resolvi marcar uma consulta no pediatra, que me encaixou, e as 16h lá estávamos nós na consulta de emergência. Resultado inicial: Herpangina! Um vírus que ataca a boquinha das crianças e afeta o paladar (língua), a faringe, as amídalas, etc. A princípio não há nada para se fazer por tratar-se de um vírus, a não ser paciência, amor e tempo.

O nosso check in era ás 16h do dia seguinte, um sábado. A pediatra disse que em 2 dias ele estaria bem, então, resolvemos seguir com a viagem. A febre persistia, e a cada 4/5hs Miguel precisava de um anti-térmico: ela estava beirando os 38,5/39. A noite foi punk, ele acordava reclamando de dor, chorava muito e dizia que não conseguia engolir.

Na manhã seguinte, após muita insistência, consegui espiar a garganta dele. Estava muito vermelha, muito mesmo, mas sem sinal de pus. Resolvi leva-lo no PS. Coração de mãe fala mais alto, e nessas horas gosto sempre de escutá-lo. Ainda mais em bato papo pelo zap zap com minha amiga gastropediatra especialista em me socorrer nas horas de pânico rs. Fui no Hospital Samaritano de Campinas e em menos de 1h sai com um diagnóstico novo: amigdalite. O médico plantonista me disse que a garganta estava cheia de “petéquias”, termo que minha amiga já havia mencionado, e que nesses casos é recomendado o uso de antibiótico.

Sai aliviada em saber que Miguel estava medicado corretamente. Ele já teve outras crises de amigdalite e eu sabia que no segundo dia ele estaria melhor. Mas não. Dessa vez parece que ela veio com tudo!

Miguel ficou 3 dias sem comer absolutamente nada. Sua alimentação era o amoxil, os anti-térmicos e a água que ele tomava junto para esconder o gosto do remédio. Ele não falava, estava amoadinho, pálido e a noite ele acordava o tempo inteiro e roncava muito. Porque amigdalite em crianças, me diz?!

Amigdalite em criançasTomar o remédio era um parto. Com muuuuuuuuuuuuuuuito custo conseguia faze-lo tomar na colher, de pouquinho em pouquinho, misturado no danoninho. Ele não estava mamando, então misturar no leite não rolava. Na seringa, ele vomitava. A garganta estava realmente muito inflamada, vê-lo engolir, colocando a mãozinha na boca, me partia o coração.

No final do terceiro dia ele parecia melhor, já que a febre já havia cessado. Mas ainda não estava comendo nada. Tentei preparar um leitinho e molhando os seus lábios inferiores, devagarzinho, ele criou coragem e conseguiu tomá-lo. E ficou todo feliz, bonitinho. Eu senti que ele estava traumatizado em colocar qualquer alimento na boca, pois ele dizia o tempo todo que “não ia conseguir”.

O quarto dia foi regado de leite e achocolatado. Era a única coisa que ele queria, como se sentisse seguro com o leitinho descendo a garganta que ainda estava inflamada. Mas já era um começo, ok! Mesmo que me espantasse. E no quinto dia foi quando tudo voltou ao normal: Ele voltou a comer, a falar, a dormir, a brincar. E eu fiquei aliviada de ver meu pequeno de volta. Ufa!

Eu resolvi escrever esse post sobre Amigdalite em crianças por duas razões:

O primeiro de amparar o desespero de uma futura mãe que possa dar uma Google-ada e encontrá-lo. Eu procurei muito sobre amigdalite em crianças e só encontrei matérias técnicas, me deu certo pânico, confesso! Eu queria saber sobre os anti-térmicos (intercalei alivium e novalgina), sobre o tempo de melhora (após 48hs), sobre “se era normal” rs, e nada!

A segunda é para dizer que coração de mãe deve sempre falar mais alto. Eu podia ter me confortado com o diagnóstico inicial da pediatra e penso que meu filho poderia ter sofrido mais, caso eu não seguisse minha intuição e o levasse para uma reanálise antes de viajar. Segundo minha amiga algumas viroses podem tomar forma no meio do caminho, principalmente quando analisadas antes de 24h de febre. Portanto fique atenta aos sinais dos seus filhos e siga seu coração de mãe, sempre! Boa sorte e melhoras!!!

 

Amigdalite em Crianças

A amigdalite aguda bacteriana é uma doença infecto contagiosa comum nas crianças de 03 a 12 anos de idade, causada por uma bactéria chamada estreptococo do grupo A.

Geralmente tem início abrupto, com febre alta, vômitos, dor de garganta e sintomas gerais, como dor de cabeça, anorexia, calafrios e mal-estar. Pode apresentar também dor abdominal intensa associada a febre.

Ao exame, detecta-se amigdalas aumentadas de tamanho, avermelhadas e com placas de pus (em 50-90% dos casos). O palato pode estar coberto de lesões pequenas puntiformes chamados de “petéquias” e a língua pode ficar avermelhada e com as papilas aumentadas.

Algumas crianças podem apresentar uma “alergia” na pele de nome “exantema”. Esse quadro clínico é chamado de escarlatina.

O tratamento da amigdalite em crianças e da escarlatina é sempre com antibiótico e a criança começa a melhorar após 2-3 dias após o início da medicação, que deve ser mantida por 8 a 10 dias.

Consulte sempre seu médico para exame e medicação.

Texto: Daniela Mendonça (Gastropediatra)

 

Amigdalite em crianças: Causas, Sintomas e Tratamento

Amigdalite em crianças

Polyana Pinheiro

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