A golfada do bebê, o que fazer?
09.05.2013
Uma situação que é bastante comum em lactentes é a regurgitação que também costuma ser chamada de refluxo. Mais da metade dos bebês menores de um ano tem episódios de regurgitação; uns mais e outros menos. Isso se deve a uma imaturidade da transição do esôfago com o estômago.
Os sintomas aumentam de intensidade do nascimento até os 4 meses de vida, a partir de então, tendem a diminuir e somente 5% das crianças persistem com o quadro até o primeiro ano de vida. É importante que se diferencie a regurgitação, da doença do refluxo e do vômito.
– Refluxo gastroesofágico: é a passagem do conteúdo gástrico para o esôfago (processo fisiológico que acontece diariamente nos bebês) devido a uma imaturidade da cárdia (válvula presente na transição entre o esôfago e o estômago)
– Regurgitação: passagem do conteúdo gástrico para a orofaringe (refluxo que chega na boca). Também conhecido como “Golfada”
– Vômito: expulsão do conteúdo gástrico através da boca
– Doença do refluxo gastroesofágico: ocorre quando o refluxo gastroesofágico leva a manifestações digestivas e/ou extradigestivas, com prejuízo à saúde do lactente
Bebês que tem regurgitação fisiológica ou refluxo fisiológico são saudáveis, crescem e se desenvolvem bem e não é necessário nenhum tratamento específico. É o chamado bebê regurgitador “feliz”, essa denominação existe porque a família observa e preocupa-se com a regurgitação, entretanto, a criança tem boa saúde e parece não se incomodar com a situação.
Orientações gerais para essa situação:
– Leve seu filho regurlamente ao pediatra. É ele quem mais entende da saúde do seu pequeno.
– Explique a todos da família que isso é uma situação comum em bebês e, geralmente, não está associada à doença. Não é necessário usar nenhum remédio se a criança tem bom crescimento e desenvolvimento. Com o passar do tempo os sintomas melhoram.
– Toda vez que a criança mamar, a cabeça deve ficar mais alta que o resto do corpo, pois isso reduz a intensidade e os episódios de regurgitação.
– O berço ou o lugar que a criança dorme deve estar elevado (pelo menos 30 graus; isso se consegue colocando um calço de 10cm nos pés da cabeceira do berço)
– Nos casos mais intensos, oferecer a alimentação em menor volume, mais vezes ao dia. Crianças em aleitamento materno devem mantê-lo de forma exclusiva até os seis meses e, a partir desta idade, manter o aleitamento materno até os 2 anos ou mais, com a introdução de novos alimentos.
– Sob a orientação do pediatra e ausência do leite materno, pode-se utilizar, por um período de tempo, fórmula infantis chamadas AR (anti-regurgitação) para ver se os sintomas melhoram ou enquanto se investiga o que está acontecendo com o bebê. Estas fórmulas infantis contêm amido, que espessa o leite quando este chega ao estômago, dificultando o retorno do leite. Elas têm as mesmas calorias de uma fórmula de rotina.
– Não administre chás, medicamentos, engrossantes sem a orientação do pediatra.