8 dicas para viver após a morte do marido
20.08.2019 – Ficar viúva é uma experiência que vira tudo de cabeça para baixo. Tudo que fazia sentido, simplesmente some. A dor atinge uma forma insuportável de se conviver e você, mãe, cai em um território desconhecido. Conversamos a autora dos livros “O mapa da vida” e “Você vai ficar aí sentado”, Silvanira Sylos que além de compartilhar a sua história, reuniu 8 dicas para viver após a morte do marido.
Sil Sylos
Mulher, mãe, viúva, dona de casa, empreendedora, coach, aspirante a vida fitness e especialista em descomplicar a vida. Coautora dos livros “O mapa da vida” e “Você vai ficar aí sentado”.
8 dicas para se reerguer após a morte do marido
É interessante pensar que quando fazemos os votos até que a morte nos separe, por mais criativa que seja a nossa mente, não conseguimos imaginar que esse dia vai chegar.
Para mim chegou em uma manhã gelada no outono de 2010. Tomei café da manhã casada e almocei viúva e com duas filhas para criar.
Eu me recordo que estávamos em um avião pequeno da força aérea, voando de Porto Alegre para Campinas, ao meu lado no bebê conforto minha filha mais nova com 4 meses e na minha frente a minha filha mais velha de 11 anos apoiada no colo de uma amiga.
Eu estava há 24 horas sem dormir, sem conseguir me alimentar e tomada por um sentimento que até hoje nada chegou perto da dor daquele momento. Mesmo hoje quando volto a pensar nisso, ainda sinto um nó na garganta.
Nossa pequena viagem nos levava para o segundo velório do meu marido, ele foi morto na cidade de Sapucaia do Sul –RS, onde morávamos na época do ocorrido.
Eu olhava para as minhas filhas e me perguntava como vou conseguir sem você? Essa ideia era tão desesperadora.
Lidar com a morte de um conjugue e muito dolorosa, criar filhos sozinha é muito desafiador.
Imagine essas duas situações juntas!
Mas apesar de ter sido realmente terrível, passamos e enquanto escrevo esse texto respiro com um certo alívio de ufa, consegui! Aliás, conseguimos, passamos por isso juntas.
“Foi um latrocínio e minha filha mais velha estava no carro esperando meu marido, que nunca mais voltou!”
O que fazer para recomeçar depois da morte do marido?
Permita-se sofrer
Tudo bem não estar tudo bem!
Seu marido morreu, ele foi o companheiro da sua vida. Você tem todo direito de se sentir confusa e triste sem a companhia dele, como se uma parte de você estivesse faltando. Quando você experimenta a morte de alguém que ama, sentir-se desorientada é natural. Expressar o luto de forma aberta demonstrando seus sentimentos em relação à morte do cônjuge, é uma parte essencial para elaborar a perda.
A dor é sua
Ninguém mais teve o mesmo relacionamento que você teve com seu cônjuge. Sua experiência também será influenciada pelas circunstâncias que cercam a morte, outras perdas que você experimentou, seu sistema de apoio emocional e sua formação cultural e religiosa. Por causa disso, você vai se lamentar do seu próprio jeito. Não tente comparar sua experiência com a dos outros ou adotar premissas sobre quanto tempo sua dor deve durar. Um dia de cada vez que lhe permite lamentar no seu próprio ritmo e do seu jeito.
Liberte-se
Você não é uma mãe perfeita – nenhuma de nós é. Todas nós cometemos erros. Então, desde o início reconheça e entenda que você não vai conseguir fazer tudo certo, mas você vai ficar melhor ao longo do tempo para lidar com todas as coisas que agora são de sua responsabilidade.
Evite decisões
Evite tomar grandes decisões nos primeiros seis a doze meses. Dê a si mesma tempo para ajustar à sua perda e certifique-se de que as mudanças que você está visualizando realmente reflitam nas decisões que você deseja tomar.
Rodeie seus filhos
Como mãe sobrevivente, você é o adulto mais importante na vida de seu filho(a) agora. Mas há outros que estão dispostos a ajudá-la a apoiar e encorajar seus filhos nesse momento difícil.
Ambiente seguro
Estrutura pode ser uma enorme fonte de conforto para as crianças. Faça o que puder para estabilizar suas rotinas, incluindo a rotina do dia a dia. Consistências simples, como servir refeições nos horários que tinham também podem ajudar a criar uma atmosfera estável, mesmo quando suas emoções permanecem turbulentas e dão uma sensação de estabilidade, é essencial no momento em que o seu mundo está de cabeça para baixo.
Desacelere
Você pode ficar tentada a voltar à sua “rotina normal”, fazendo coisas como retornar ao trabalho e à escola das crianças o mais rápido possível. Até certo ponto, isso é útil. No entanto, esse momento é de ajuste e adaptação. Leve as coisas devagar e dê aos seus filhos a liberdade de optar por sair de obrigações ou atividades sociais quando precisarem de algum espaço.
Um dia de cada vez!
Um último ponto que gostaria de enfatizar é que você encontre algum tempo “especial sozinha” para si mesmo. Toda mãe precisa de uma pausa aqui e ali. Espero que você tenha tempo para garantir que suas necessidades também sejam atendidas. Seja se encontrando com uma amiga, um passeio no parque, um longo e quente banho (com a porta trancada!), Ou se deliciando com uma refeição extravagante … cuide-se.
Viva um dia de cada vez.
Dê um passo de cada vez e você já não estará mais no mesmo lugar.
Texto escrito por Silvanira Sylos
Revisado por Madame Conteúdo.